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9 de setembro de 2019
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11:46

Prefeitura do Rio usa fake news para tentar reverter proibição à censura na Bienal do Livro

Por
Luís Gomes
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Prefeitura do Rio usa <i>fake news</i> para tentar reverter proibição à censura na Bienal do Livro
Prefeitura do Rio usa fake news para tentar reverter proibição à censura na Bienal do Livro
Prefeitura do Rio anexou imagens de livro vendido a Portugal em recurso ao STF | Foto: Reprodução

Da Redação* 

A prefeitura do Rio de Janeiro utilizou uma fake news como argumento em seu pedido ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para que revisasse a decisão que proibiu a censura Bienal do Livro. O jurídico da Prefeitura anexou uma imagem do livro holandês “Gêmeas Marotas” como exemplo de conteúdo impróprio que estaria sendo comercializado no evento. No entanto, a obra não é voltada para as crianças e, na verdade, sequer é comercializada no Brasil.

Trata-se de uma imagem que começou a circular nas redes sociais por grupos bolsonaristas como sendo da Bienal, mas a foto original foi tirada em Portugal. A imagem mostra um produto sendo vendido por um valor em euros.

“Gêmeas Marotas” é uma paródia feita para adultos que contém desenhos de personagens praticando atos sexuais. Publicado em Portugal em 2012, com tradução de Maria Barbosa, o livro não é voltado para o público infanto-juvenil. É uma sátira dos livros infantis do holandês Dick Bruna, conhecido pelo personagem Miffy, um coelhinho de traços simples.

De acordo com a organização da Bienal do Livro, ele não estava sendo vendido em nenhum dos estandes da feira. Em nota, a Bienal acrescentou que “a Prefeitura vistoriou o festival por dois dias seguidos e não encontrou absolutamente nada que julgasse passível de qualquer questionamento legal, como o próprio comandante da ação afirmou a jornalistas no sábado”.

Além do “Gêmeas Marotas”, a prefeitura voltou a usar como exemplo a HQ “Vingadores – Cruzada das Crianças”, em que dois super-heróis se beijam. No entanto, segundo Dias Toffoli, a imagem do beijo não fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), conforme argumentava o prefeito do Rio, Marcelo Crivella.

*Com informações da Revista Fórum


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