Da Redação
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na sexta-feira (3) que não irá mais viajar para Nova York para receber uma homenagem em um evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA marcado para o próximo dia 14 de maio. A decisão ocorre após uma campanha contrária à homenagem gerar uma sequência de recuos de apoiadores do evento.
Após a confirmação da desistência, o senador estadual Brad Hoylman, eleito por Nova York e um dos principais apoiadores da campanha contra a homenagem, comemorou a notícia. “Vitória: nós enfrentamos o homofóbico presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e vencemos. Segundo notícias brasileiras, ele desistiu do evento no Marriott Marquis e cancelou sua viagem aos EUA. O ódio não tem casa em Nova York”, escreveu em seu perfil no Twitter. Hoylman, que é representante da comunidade LGBT, pediu ainda que a campanha de assinaturas contra a presença de Bolsonaro, que já somou mais de 50 mil apoios, continue para o caso do presidente brasileiro mudar de ideia.
VICTORY: We took on the homophobic President of Brazil Jair Bolsonaro and we won.
According to Brazilian news reports, he's pulled out of the event at the Marriott Marquis and cancelled his trip to the US.
Hate has no home in New York. #CancelBolsonarohttps://t.co/5QHcpNSfHz
— Senator Brad Hoylman-Sigal (@bradhoylman) May 3, 2019
A campanha também ganhou a adesão do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que afirmou que Bolsonaro não era bem vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbio e destrutivo.
Bolsonaro anunciou a desistência em comunicado que caracterizou a campanha contrária como “ideologização da atividade”. “Em face da resistência e dos ataques deliberados do Prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade. Em função disso, e consultados vários setores do governo, o Presidente Bolsonaro decidiu pelo cancelamento da ida a essa cerimônia e da agenda prevista para Miami”, diz a nota.
Antes da desistência, o jantar de homenagem a Bolsonaro já havia perdido patrocinadores com o banco Citi, a companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times. O evento também já havia sido trocado de sede por duas vezes, depois que o Museu Americano de História Natural e o restaurante Cipriani Hall rejeitariam sediá-lo. Por último, ele estava previsto para acontecer no hotel Marriott Marquis.