Da Redação
Após o senador estadual Brad Hoylman comemorar a desistência do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de ir a Nova York para participar de um jantar em sua homenagem, o prefeito da cidade também saudou o sucesso da campanha de pressão contra a visita do líder brasileiro à cidade.
“Jair Bolsonaro aprendeu do jeito difícil que nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós expusemos sua intolerância. Ele correu. Não fiquei surpreso – valentões geralmente não aguentam um soco (…) Seu ódio não é bem-vindo aqui”, disse o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, em sua página no Twitter. Na sequência, De Blasio defendeu a necessidade de se opor a líderes que se utilizam de discursos preconceituosos. “O ataque de Jair Bolsonaro a direitos LGBTQ e seus planos destrutivos para o nosso planeta se refletem em líderes demais – incluindo no nosso país. Todos devem se levantar, falar e lutar contra esse ódio temerário”.
Jair Bolsonaro just learned the hard way that New Yorkers don’t turn a blind eye to oppression. We called his bigotry out. He ran away. Not surprised — bullies usually can’t take a punch. @jairbolsonaro Good riddance. Your hatred isn’t welcome here. https://t.co/GaXXrtdyAP
— Mayor Bill de Blasio (@NYCMayor) May 4, 2019
Uma campanha de assinaturas contra a presença de Bolsonaro na cidade já somou mais de 50 mil apoios. Diante da pressão, o jantar de homenagem a Bolsonaro, oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, já havia perdido patrocinadores com o banco Citi, a companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times. O evento também já havia sido trocado de sede por duas vezes, depois que o Museu Americano de História Natural e o restaurante Cipriani Hall rejeitariam sediá-lo. Por último, ele estava previsto para acontecer no hotel Marriott Marquis, no dia 15 de maio.
Bolsonaro anunciou na sexta-feira (3) a desistência em comunicado que caracterizou a campanha contrária como “ideologização da atividade”. “Em face da resistência e dos ataques deliberados do Prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade. Em função disso, e consultados vários setores do governo, o Presidente Bolsonaro decidiu pelo cancelamento da ida a essa cerimônia e da agenda prevista para Miami”, diz a nota.