Da Redação
O forte esquema de segurança montado para a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL) colocou os jornalistas credenciados para cobrir a cerimônia em situação de precariedade. Uma série de relatos postados no Twitter dão conta de que os profissionais que estão no Congresso Nacional, em Brasília, na manhã desta terça-feira (1º), foram colocados em um brete sem cadeiras, tendo que se sentar ao chão enquanto aguardam por horas o início do evento e estariam, inclusive, com acesso limitado a banheiro e água.
Um dos relatos é da editora-chefe do jornal Correio Braziliense, Ana Dubeux, que publicou um vídeo em que relata as condições de trabalho impostas pelo esquema de segurança para os primeiros jornalistas que chegaram ao Senado. Ela também relata que foi imposta uma limitação na circulação dos profissionais.
Falta de planejamento ou descaso? Vejam como os jornalistas credenciados para a cobertura da posse de #Bolsonaro estão sendo tratados nos corredores do #Senado. Registro de @sikafruni do @correio pic.twitter.com/DaWeokGx4u
— Ana Dubeux (@anadubeux) 1 de janeiro de 2019
A reclusão imposta aos jornalistas no Itamaraty indignou, sobretudo, a imprensa internacional. Alguns profissionais garantem que não sabiam das regras. Eles só poderão fazer imagens a partir das 17h, e apenas do térreo, na chegada das autoridades. Rosana Hessel do @correio pic.twitter.com/IhV4p7buhe
— Ana Dubeux (@anadubeux) 1 de janeiro de 2019
A editora-chefe do Destak, Iara Lemos, também fez uma série de postagens em que relatava que os jornalistas foram colocados em uma área com condições precárias. Ela aponta que os profissionais foram impedidos de entrar nos espaços reservados com garrafas de água e frutas e, inicialmente, não tinha acesso a bebedouro e a banheiro. Posteriormente, foi permitido o acesso a essas instalações até às 13h, duas horas antes da posse. Em um tuíte posterior, ele informou que, após reclamações dos jornalistas, o aparato de segurança levou garrafas de água e de café para os jornalistas que estavam “confinados” na chapelaria do Congresso.
Jornalistas q cobrem a posse foram obrigados a deixar as garrafas de água, mas no Congresso o acesso aos bebedouros estava restrito. Após discussões, conseguimos liberação ao bebedouro até 14h. Banheiro também só até 14h. Não há cadeiras e nenhuma estrutura. Resumo: desrespeito
— Iara Lemos (@Iaralemos) 1 de janeiro de 2019
Segundo a equipe do Senado, a nova ordem do GSI é para fechar o acesso dos jornalistas a água e banheiro a partir das 13h. Isso são duas horaa antes da posse. Insalubre as condições de trabalho impostas pela equipe de Jair Bolsonaro aos jornalistas
— Iara Lemos (@Iaralemos) 1 de janeiro de 2019
Depois de muita reclamação, água e duas garrafas de café foram trazidas aos jornalistas que estão confinados na chapelaria do congresso. pic.twitter.com/AUDZFOxkM4
— Iara Lemos (@Iaralemos) 1 de janeiro de 2019
A precariedade das condições oferecidas aos jornalistas também já foi relatada em um artigo de Miriam Leitão e por diversos outros profissionais da imprensa. Confira mais reações a seguir.
Democracia às avessas: na posse do presidente eleito o risco dos jornalista que transitam pelo Congresso é de desidratação. Para tomar água ou ir ao banheiro precisa de autorização, comida, frutas nem pensar. Jornalista se alimenta de sol, luz e fotossíntese.
— George Marques (@GeorgMarques) 1 de janeiro de 2019
Não se trata cachorro como os jornalistas são tratados na posse de Bolsonaro. Não tem água, precisa de autorização pra ir ao banheiro, não pode circular pra lugar nenhum, jornada de 14 horas, fomos revistados duas vezes e nos alertaram que há risco de levar bala dos atiradores
— Amanda Audi (@amandafaudi) 1 de janeiro de 2019
A longa espera pelo presidente eleito na entrada do Congresso Nacional… pic.twitter.com/gdNInVde6n
— Gabriela Valente (@gabisvalente) 1 de janeiro de 2019
Seguranças também estão barrando maçãs trazidas por jornalistas, que precisaram chegar no começo da manhã para cobrir a posse, que se estende até a noite. As frutas poderiam ser arremessadas no presidente Bolsonaro, justificaram.
— Anna Virginia Balloussier (@annavirginia) 1 de janeiro de 2019