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25 de outubro de 2018
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20:54

MPF ajuíza ação para retirada do ar do jogo eletrônico ‘Bolsomito 2k18’

Por
Sul 21
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Cena do jogo Bolsomito 2k18 em que personagem principal bate em personagens que representam pessoas LGBTs | Foto: Reprodução/ Youtube

Da Redação

Por entender que faz explícita apologia à violência contra defensores de direitos humanos, o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF/RS) ajuizou ação para que o jogo eletrônico “Bolsomito 2k18” seja retirado do ar. A ação civil pública foi ajuizada pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Enrico Rodrigues de Freitas, nesta quinta-feira (25).

Disponível para venda na plataforma Steam, o jogo tem como protagonista personagem chamado de Bolsomito, que representa o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), que ganha pontos ao espancar e matar representantes de grupos minoritários como mulheres, LGBTs, negros e integrantes de movimentos sociais, assim como jornalistas e parlamentares federais e estaduais.

Para o MPF, o jogo é nitidamente discriminatório e incentiva a violência. “Busca-se com a demanda em comento, além de retirar referido jogo de circulação, e dessa forma coibir a exacerbada intolerância política no Brasil atual, visando à superação desse lamentável cenário”, diz a ação. Foi instaurado, ainda, inquérito civil para apurar eventual lesão à igualdade, à dignidade humana e incitação ao ódio e a violência pelo jogo Bolsomito 2k18.

O MPF já havia oficiado a criadora do jogo, a BS Studios, alertando para a necessidade de imediata retirada do jogo de qualquer plataforma, bem como a suspensão de qualquer forma de sua comercialização. “São exemplos dessa concreta violência, resultado do discurso e da apologia de violência e morte contra grupos minoritários da sociedade como mulheres, LGBTs e negros, havendo que sublinhar que o game em comento reforça esse discurso de ódio em plena expansão no Brasil, o que lamentavelmente estimula agressões contra os não partidários do candidato”, diz o órgão.

O procurador ainda cita casos de violência provocados por apoiadores de Bolsonaro, como a morte do mestre de capoeira Moa do Katendê, um dia após o primeiro turno, na Bahia. Ressalta, também, que o teor do jogo pode caracterizar eventual prática de crime cibernético, de competência da Justiça Federal.


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