Da Redação
‘Nojento!! Pare com as falsas acusações de estupro!!!” e “Imagine se isso fosse com o seu pai” são algumas das frases impressas em cartazes coloridos colocados nos murais da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. Na tarde da terça-feira (07), uma das estudantes publicou em seu perfil pessoal no Twitter fotos dos cartazes. As imagens já contam com milhares de interações e comentários questionando a autoria das peças. “Nossa vida inteira ouvimos só um lado: o lado do homem. Sempre. E agora, quando criamos coragem de acusar nossos abusadores, tentam nos silenciar”, escreve uma das usuárias.
Segundo os estudantes, para que cartazes sejam anexados aos murais da instituição, a própria USP deve aprovar seu conteúdo. Procurada pela reportagem, a Universidade não confirmou a informação afirmando que “está apurando o ocorrido”.
Em 2014, foi criada a CPI dos Trotes para investigar casos de estupros que vinham sendo relatados na USP. Durante a averiguação dos relatos, a comissão também reuniu denúncias de violências físicas, racismo, LGBTfobia durante os chamados ‘trotes’, que ocorrem na recepção dos calouros à Universidade. O relatório final constatou mais de 100 casos de estupro na USP.
Em abril de 2018, o Jornal do Campus, produzido por alunos, mapeou cerca de 130 casos nos últimos cinco anos dentro da USP. A pesquisa foi iniciada a partir de simples consultas no Google. Segundo a reportagem, para o mesmo período, as estatísticas da Superintendência de Segurança da USP apontam somente 1 caso no campus da capital.
acreditem se quiserem, esses cartazes foram autorizados pela administração da USP para constar no mural institucional da faculdade de direito.
nem sei o que dizer. pic.twitter.com/zGm1dErODB
— bruna ceotto (@brunaceotto) 7 de agosto de 2018
e piora: pic.twitter.com/lIncmUMWkd
— bruna ceotto (@brunaceotto) 7 de agosto de 2018
Aposto que não tinha nenhum cartaz falando “estuprar é crime, é nojento, pare de violentar, assediar, intimidar as mulheres e naturalizar a cultura do estupro, pare de tentar inverter as coisas, não cola +” ou algo assim.
— BlueAdel (@TheAdeleBlue) 8 de agosto de 2018
“imagine se isso fosse com o seu pai”
O imbecil não sabe que a maior porcentagem de estupros ocorrem dentro da família ou com pessoas conhecidas.
— amarela com m de martelo (@amarelamarcela) 8 de agosto de 2018