Da Redação
Após acatar o pedido de habeas corpus apresentado em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (8), o desembargador Rogério Favreto teve seu número de celular divulgado nas redes sociais. Por conta disso, passou a ser alvo de intimidações. Em seu perfil pessoal no Twitter, o jornalista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Claudio Tognolli, divulgou o contato do desembargador. Repreendido por outros usuários, acabou deletando a postagem.
Após a divulgação do caso pela Revista Fórum, o jornalista Dennis de Oliveira, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), se posicionou através de uma nota enviada para o veículo. Nela, afirma repudiar e não concordar com a atitude do professor. “Acredito que o debate político e jurídico não pode ser feito a partir dessas tentativas de criar linchamento de pessoas. Esse não é o jornalismo que ensinamos na ECA”, declara.
Em 2016, atitudes de Tognolli também foram alvo de repúdio, dessa vez das mulheres do Coletivo Feminista da ECA. Em uma entrevista, o professor teria inferiorizado a jornalista Helen Braun com comentários machistas, além de ter minimizado o protesto ‘Por Todas Elas’, organizado para combater a cultura do estupro. “A atuação de Claudio Tognolli como docente da ECA já é conhecida há anos por sua mediocridade. Chega. Não toleraremos mais seu comportamento desrespeitoso para conosco. Sua falta de empatia e postura agressiva não são novidade para nós”, escreveram as alunas e ex-alunas do curso de Jornalismo da ECA/USP.
Confira a nota na íntegra:
“Eu, Dennis de Oliveira, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração, jornalista, não concordo e repudio essa publicação do celular do desembargador na rede social. Acredito que o debate político e jurídico não pode ser feito a partir dessas tentativas de criar linchamento de pessoas. Esse não é o jornalismo que ensinamos na ECA e essa postura não corresponde à visão do curso de jornalismo da USP que temos implementado”.