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30 de junho de 2018
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17:20

‘Infelizmente, não serei a última’: repórter é mais uma vítima de assédio na Copa

Por
Sul 21
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‘Infelizmente, não serei a última’: repórter é mais uma vítima de assédio na Copa
‘Infelizmente, não serei a última’: repórter é mais uma vítima de assédio na Copa

Eu não fui a primeira e, infelizmente, não serei a última a passar por esse tipo de constrangimento. Não é que aqui na Copa do Mundo isso esteja acontecendo, acontece sempre. Aconteceu comigo 3 vezes nesta Copa, mas já aconteceu com colegas de profissão no Brasil. Um foi brasileiro, esse do vídeo sérvio e o outro russo. Só sei que consegui desviar em todas as situações. O que algumas pessoas precisam entender que isso não é engraçadinho, não é piada e não é uma brincadeira no momento de êxtase do jogo. É um desrespeito, eu estudei, me preparei, cheguei aqui na Rússia e não é pra ficar sendo desrepeitada durante o meu trabalho. Isso não tem graça. E achar isso normal é corroborar com uma ideia machista que mulheres estarão sempre à mercê desse tipo de atitude. Gritar o nome do time, fazer festa durante o nosso trabalho faz parte do evento, é normal, natural e aceitável, o futebol tem esse momento de alegria e êxtase. E que bom! Mas há uma distância bem grande entre você fazer uma festa e ser assediada. Não é isso que vai me parar de correr atrás dos meus sonhos, mas precisamos falar sobre assédio.

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Da Redação 

Enquanto entrevistava uma torcedora, a repórter Laura Zago, da CBF TV, foi assediada. Ela gravava uma passagem antes do jogo entre Brasil e Sérvia, na última quarta-feira (27), em Moscou. Antes de conseguir terminar sua pergunta, dois homens apareceram na cena gritando. Um deles pôs o braço ao redor da repórter e tentou beijá-la. “O que algumas pessoas precisam entender que isso não é engraçadinho, não é piada e não é uma brincadeira no momento de êxtase do jogo. É um desrespeito, eu estudei, me preparei, cheguei aqui na Rússia e não é pra ficar sendo desrespeitada durante o meu trabalho”, escreveu, em post publicado em seu perfil pessoal no Instagram.

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Laura, também, revela que situação ocorreu outras duas vezes durante sua cobertura. “Aconteceu comigo 3 vezes nesta Copa, mas já aconteceu com colegas de profissão no Brasil. Um foi brasileiro, esse do vídeo sérvio e o outro russo. Só sei que consegui desviar em todas as situações. ”

No dia 18 de junho, um vídeo de torcedores brasileiros na Rússia viralizou nas redes sociais. Nele, os brasileiros se aproveitam do desconhecimento da língua portuguesa para assediar uma mulher, gritando que a genitália dela “é rosa”. “Achar isso normal é corroborar com uma ideia machista que mulheres estarão sempre à mercê desse tipo de atitude. Gritar o nome do time, fazer festa durante o nosso trabalho faz parte do evento, é normal, natural e aceitável, o futebol tem esse momento de alegria e êxtase. E que bom! Mas há uma distância bem grande entre você fazer uma festa e ser assediada. Não é isso que vai me parar de correr atrás dos meus sonhos, mas precisamos falar sobre assédio”, finaliza Laura.


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