Da Redação
Após ser registrado em jantar de gala ao lado de João Doria, em maio de 2018, o juiz federal Sergio Moro participou como homenageado da quarta edição Brasil Mônaco Project, no final de semana dos dias 2 e 3 de junho. Segundo texto publicado na Coluna Painel da Folha de S.Paulo, Moro foi recebido com honrarias no principado.
Após assistir a um concerto no camarote real, ao lado do príncipe Albert II, o juiz participou de jantar que compôs um leilão beneficente. Pelo caráter benevolente, cada convite para o evento foi vendido por mil euros.
Moro teria sido convidado por Luciana de Montigny, esposa do cônsul de Mônaco. Como homenageado, Moro discusou e agradeceu pela contribuição das autoridades do principado com a Lava Jato. Em 2015, a chamada operação Conexão Mônaco foi deflagrada. Ela identificou 29 nomes de servidores envolvidos com desvios de dinheiro que acabaram sendo depositados no paraíso fiscal. A Conexão Mônaco culminou na prisão do ex-diretor da Petrobras, Jorge Luiz Zelada.
Nas redes sociais, as posições se dividiram entre apoiadores que reconheciam a valorização do juiz e pessoas que questionavam o caráter contraditório da participação de um juiz federal no evento. Alguns perfis comentava que “pelo combate implacável à corrupção, a realeza reverencia Sérgio Moro”.
O pré-candidato ao Planalto Guilherme Boulos (PSOL) comentou que “o juiz poderia ter pago [o convite] com seu auxílio-moradia, já que recebe o benefício mesmo tendo casa própria”. Moro é proprietário de um apartamento de cerca de R$ 460 mil, em valores atualizados, em Curitiba. Ainda assim, recebe o auxílio de R$ 4.378 mensais. Comentários feitos no tweet de Boulos se referiam ao juiz com o trocadilho “desmorolizado”.
Confira outros posts:
Sergio Moro esteve em evento no camarote real de Mônaco. Os convites eram vendidos por 1000 euros. O juiz poderia ter pago com seu auxílio-moradia, já que recebe o benefício mesmo tendo casa própria.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 5 de junho de 2018
Sérgio Moro vai para Mônaco ser homenageado pelo príncipe. Qual o motivo para um juiz brasileiro ser homenageado pelo príncipe de Mônaco? País que é um dos maiores paraísos fiscais do mundo e um antro de lavagem de dinheiro mundial. É o imoral louvando a moralidade.
— Camarada Makaveli (@_makavelijones) 1 de junho de 2018
