Da Redação
Na noite desta sexta-feira (6), depois se filiar oficialmente ao PSB, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa deixou um recado em sua conta oficial do Twitter: Publiquei comunicado em minha página no Facebook(Joaquim Barbosa Gomes).
Publiquei comunicado em minha página no Facebook(Joaquim Barbosa Gomes)
— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) April 7, 2018
O problema é que ninguém conseguiu localizar a suposta mensagem. O Facebook não possui páginas verificadas em nome do ex-ministro. A única que usa a mesma foto sua do Twitter tem acesso liberado apenas para amigos dele na rede.
O jornal Folha de S. Paulo conseguiu ter acesso a publicação. Nela, Barbosa diz que, desde o ano passado, “foi estimulado por amigos a manter conversas com líderes de partidos políticos com vistas a uma possível filiação e candidatura a cargo eletivo”.
O ex-ministro, que foi o primeiro indicado de Lula ao STF em 2003, diz que viveu “um dilema pessoal” sobre dar o próximo passo, tendo vista o “momento conturbado da vida nacional”. Barbosa diz que o partido não lhe garantiu que ele seja o nome oficial do partido para a disputa presidencial de outubro.
Ainda assim, preferiu se filiar à legenda, por causa da janela de filiação e para ter a opção em aberto.
Confira a mensagem na íntegra:
“Há quase quatro anos deixei espontaneamente a vida pública, após 41 anos de serviços prestados ao Estado e à sociedade brasileira. Deixei também a vida acadêmica, ao renunciar ao cargo de professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Afastei-me formalmente, mas continuei a acompanhar atentamente a evolução da vida econômica, política e social do país.
Durante todos esses anos, não me faltaram o carinho e o respeito dos brasileiros.
No ano passado, fui estimulado por amigos a manter conversas com líderes de partidos políticos com vistas a uma possível filiação e candidatura a cargo eletivo. Essas conversas mostraram-se mais construtivas e consequentes com o PSB, presidido pelo doutor Carlos Siqueira.
Contudo, dar esse passo (sobretudo neste momento conturbado da vida nacional) tem sido um dilema pessoal para mim.
A muitos pode parecer paradoxal, mas das conversas com o PSB construiu-se um entendimento que, no fundo, me traz um certo conforto e propicia mais tempo para reflexão na tomada de uma decisão final. É que, embora uma parcela considerável das lideranças do partido externem simpatia pela minha filiação, o fato é que, em total transparência, o PSB deixou claro que não me garante de antemão a legenda para uma possível candidatura à Presidência da República.
Tal arranjo me convém, pois, como dito anteriormente, ainda questiono se devo ou não ingressar na disputa político-eleitoral. No entanto, a legislação eleitoral brasileira impõe prazos peremptórios.
Restam-me, pois, duas opções: não me filiar e ficar fora do processo; ou filiar-me, sem o compromisso de ser candidato, consciente de que o partido pode escolher outro caminho que não a candidatura própria.
Escolherei uma dessas opções dentro do prazo regulamentar.”