Da Redação
Quem passeava pela orla do Guaíba na tarde deste domingo (22) – a avenida Edvaldo Pereira Paiva costuma ser fechada para o trânsito de veículos, para que a população possa aproveitar o local em segurança – provavelmente se deparou com uma movimentação pouco usual: um pequeno grupo com dezenas de manifestantes se reuniu em frente do prédio que será destinado ao Memorial Prestes contra a inauguração do espaço, marcada para o sábado que vem. O prédio, próximo ao Anfiteatro Pôr do Sol, é a primeira obra de Oscar Niemeyer em Porto Alegre.
O evento havia sido organizado pelo Facebook, e até as 18h de hoje – horário para o qual se previa o final do protesto – 295 pessoas haviam confirmado presença.
Um grupo do Movimento Brasil Livre participou do ato, cujo objetivo seria de “impedir a inauguração”. Paula Cassol, coordenadora estadual do grupo, gravou um vídeo durante a manifestação, que foi publicado na página local do MBL. Ela adverte para o fato de que o memorial pretende “homenagear um assassino”.
“Ninguém fala que a Coluna saiu do Rio Grande do Sul, viajando 25 mil quilômetros matando as pessoas”, protestou a militante. Paula entrevista, na gravação, o vereador Felipe Camozzato, do NOVO, definido como “grande parceiro nosso [do MBL]”. “A gente está tentando estudar formas para reverter” a inauguração, afirma o parlamentar.
Paula conversa também com o pai do vereador, que em 2014 já havia realizado um protesto contra a existência do Memorial Prestes. O museu, para ele, “vai servir para trazer crianças para impor o que eles querem que a criança aprenda, que é o socialismo deles, sem contraponto algum”, diz, argumentando que “o brasileiro médio não pactua com isso”. Eles advertem que o projeto do prédio representa o “símbolo da foice e do martelo”, se olhado de cima.
