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15 de fevereiro de 2017
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14:36

Colisão de asteroide com a Terra, que ocorreria nesta quinta-feira (16), é sem fundamento, segundo astrônomos

Por
Sul 21
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(Foto: Reprodução)

Da Redação

“Um asteroide do fim dos tempos atingirá a Terra no próximo mês e desencadeará mega-tsunamis devastadoras”, anuncia o jornal britânico Daily Mail. De acordo com a reportagem, publicada em janeiro, a colisão estaria marcado para a próxima quinta-feira (16), e destruiria cidades inteiras.

A informação foi divulgada por um auto-declarado astrônomo russo, Dyomin Damir Zakharovich, o qual teria dados contrários dos divulgados pela NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos). Segundo a agência, o objeto celeste, batizado de 2016WF9, foi descoberto no ano passado e ainda não há consenso sobre seu tamanho e forma – podendo ser tanto um asteroide quanto um cometa sem nuvem de poeira.

Seu diâmetro estimado é entre 0,5 e 1,0 km, e completa uma volta em torno do Sol a cada 1780 dias ou 4,8 anos. Sendo assim, o objeto passará em seu ponto mais próximo à Terra no dia 25 de fevereiro, a cerca de 51 milhões de km de distância, o que equivale a um terço da longitude entre a Terra e o Sol.

A notícia também foi desmentida pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) nesta terça-feira (14). Em nota, a SAB afirma que “não há fundamento científico para a notícia sobre o fim do mundo em 16 de fevereiro devido à colisão do asteroide 2016 WF9 com a Terra”.

Informações atualizadas por segundo sobre o asteroide e a projeção da órbita do asteroide em 3D estão disponíveis neste link.

Posição do asteroide, até o fechamento da reportagem, indica que ele estaria a mais de 52 milhões de quilômetros da Terra. (Foto: The Sky Live)

No Twitter, o assunto virou um dos “assuntos do momento” com as hashtags #OMundoAcabaAmanhãE e #FimdoMundo.


Mais de 60 asteroides passarão perto da Terra

Em 2017, são previstas mais de 65 aproximações com asteroides. No entanto, nenhuma oferece riscos à Terra.

No dia 12 de outubro, um objeto com 19 metros de diâmetro chegará mais perto: 38.400 quilômetros da superfície do planeta. O valor equivale a um décimo da distância entre o nosso planeta e a Lua. Mesmo assim, não há risco de colisão.

Antes deste, em 23 de setembro, outro objeto, de 11 metros de diâmetro, se deslocará próximo à Terra, a uma distância de cerca de 153 mil quilômetros. Até o momento, são os dois únicos identificados que estarão numa distância inferior aquela que existe entre a Terra e a Lua.

Avanços em prevenções

Em setembro de 2016, a NASA enviou um satélite para estudar o asteroide denominado “Bennu”. Segundo a agência, o corpo celeste poderia atingir a Terra em 150 anos – mas, mesmo assim, a chance é remota, 1 em 2.500. A rocha possui 492 metros de diâmetro e, a cada seis anos, cruza a órbita do nosso planeta. Mas a colisão, pouco possível, é uma das razões por que a Nasa enviou a sonda OSIRIS-Rex, no início de setembro, até ele. É a primeira missão espacial da Nasa que irá visitar um asteroide, colher amostras e voltar para a Terra.

A missão poderia fornecer pistas de como evitar um possível impacto de qualquer corpo celeste. O Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, é bastante preciso na observação e manutenção da órbita de objetos próximos da Terra – com ajuda internacional, ele consegue identificar e mapear a rota de 95% dos corpos celestes que podem colidir com o planeta. Assim, além de determinar com exatidão as propriedades físicas e químicas do asteroide, a missão OSIRIS-Rex também ajudará os cientistas a desenvolverem estratégias para evitar um possíveis impactos no futuro.


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