Da Redação*
Na manhã desta sexta-feira (05), a repórter da rádio CBN de São Paulo Daniella Laso registrou uma ação da Polícia Militar na Cracolândia, localizada na região central da capital paulista. O que ela não esperava é que seria detida pela polícia e teria seu celular confiscado. Segundo entrevista dada ao site da CBN, ela disse: “Comecei a gravar com o celular de dentro do carro”. Ao ver a repórter, um policial abordou o motorista do carro da rádio, que estava com camiseta e crachá da emissora. O PM então disse que eles teriam que sair do local.
“Um policial pediu meu celular, mas eu disse que não poderia entregar porque era meu instrumento de trabalho. Neste momento, ele puxou o motorista para fora de carro e outro PM abriu a porta e pegou meu celular”. Foi então que o policial ficou mais nervoso e disse que iria me algemar e tirar do carro para fazer abordagem”, afirma Daniella, que ainda diz que teve sua bolsa revistada.
“Um policial nos disse que seríamos levados para a delegacia e o celular seria apreendido, e que nós seriamos enquadrados em desobediência. Mas, depois de meia hora, fomos avisados que não seriamos mais levados para a delegacia e seriamos liberados. Quando me devolveram o celular, vi que minhas gravações haviam sido apagadas”, diz a repórter.
A diretoria da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) lançou uma nota de repúdio contra a ação da Polícia Militar de São Paulo, que segundo eles, ”demonstra desprezo à liberdade de imprensa e ao direito à informação”. A Abraji ainda diz esperar que os responsáveis sejam identificados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e punidos pela corporação. A nota termina dizendo que apreender o equipamento de uma profissional de imprensa e destruir seu trabalho é ” procedimento típico de regimes autoritários, um ataque à democracia que não pode ser tolerado”. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) também lançou uma nota repudiando a atitude dos policiais.
*Com informações da Abraji e CBN
