Da Redação
A revista IstoÉ, que se autodenomina a “revista mais combatente do país”, traz na sua edição mais recente uma reportagem de capa que mostra a presidenta Dilma Rousseff como desequilibrada e sem condições emocionais de comandar o país. Criticada por diversos jornalistas e feministas nas redes sociais, que lançaram a hashtag #IstoÉMachismo, a publicação também foi alvo de repúdio da União Brasileira de Mulheres (UBM).
A entidade aponta que, “além das mentiras e distorções habituais, nesta edição, a revista também lançou mão do machismo mais descarado para tentar atingir a presidenta Dilma”. Segundo a União, a Isto É invoca e reforça o estereótipo machista de que as mulheres são “descontroladas emocionalmente, irracionais, e, consequentemente, não estão talhadas para o exercício do poder político”.
Além da UBM, outros coletivos e personalidades criticaram a matéria da revista. A produção do filme Elena também fez uma postagem em seu Facebook, apontando que “isto não é jornalismo. É misoginia, sexismo, preconceito e violência simbólica e precisa ser tratado como tal. Não se trata só de política. É civilizatório e sobretudo espiritual. O mal não prevalecerá”.
A secretaria de Cidadania e Diversidade do Ministério da Cultura, Ivana Bentes, afirmou que é “um acinte, um desrespeito e uma violência contra todas as mulheres a capa da Revista IstoÉ com um texto vexaminoso, utilizando todos os estereótipos e adjetivos machistas e misóginos, para desqualificar uma mulher na Presidência do Brasil!”
A deputada federal Maria Rosário Nunes, que a revista coloca como uma das pessoas a ter sido “alvo” do descontrole de Dilma, esclareceu que “jamais fui desrespeitada por Dilma. Fui apoiada por ela para colocar a Comissão da Verdade em funcionamento e para resgatar a história do ex-presidente João Goulart. Dilma sempre me apoiou no trabalho como ministra”, classificando o texto como machista.
Confira a nota da UBM:
Isto É Machismo
A União Brasileira de Mulheres repudia veementemente a capa da revista Isto É de 1º de abril de 2016. A revista, que há muito abandonara o jornalismo para se dedicar a ser um panfleto da oposição e da desestabilização política do governo da presidenta Dilma. Além das mentiras e distorções habituais, nesta edição, a revista também lançou mão do machismo mais descarado para tentar atingir a presidenta Dilma.
Atribuindo — sem quaisquer provas, inclusive — à presidenta Dilma Rousseff, chefe de Estado e de Governo de uma das maiores economias do mundo e que tem estado sob acintosa campanha difamatória, episódios de “destempero emocional e surtos esporádicos”, Isto É invoca e reforça o estereótipo machista de que as mulheres são descontroladas emocionalmente, irracionais, e, consequentemente, não estão talhadas para o exercício do poder político.
Não admitiremos a difamação e a mentira como arma política contra a primeira mulher a presidir a República em nosso país. Dilma é uma mulher firme e serena, cuja presença na Presidência da República só reforça o que já sabíamos: nós, podemos!