Da Redação
No domingo (1˚), o procurador da República da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, se manifestou em sua conta pessoal no Twitter sobre o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “4ª feira é o dia D da luta contra a corrupção na #LavaJato. Uma derrota significará que a maior parte dos corruptos de diferentes partidos, por todo país, jamais serão responsabilizados, na Lava-Jato e além. O cenário não é bom. Estarei em jejum, oração e torcendo pelo país”, escreveu.
4ª feira é o dia D da luta contra a corrupção na #LavaJato. Uma derrota significará que a maior parte dos corruptos de diferentes partidos, por todo país, jamais serão responsabilizados, na Lava Jato e além. O cenário não é bom. Estarei em jejum, oração e torcendo pelo país.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) 1 de abril de 2018
Algumas horas antes, Dallagnol usou a mesma conta para promover abaixo assinado a favor da prisão do ex-presidente. Segundo a descrição da campanha, o manifesto será entregue nesta segunda-feira (2/4) aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “O STF pode transformar Justiça Penal num conto de fadas na próxima 4ª feira. Prisão para poderosos existirá só nos Códigos”, afirmou Dallagnol. Ele replicou tuíte do ex-procurador Geral da República Rodrigo Janot para mobilizar os seus seguidores. Em sua publicação, Janot convocava os usuários a assinarem o documento, dizendo que o “momento é grave e importante”.
As interações nos tuítes, no entanto, não foram positivas para os magistrados. Sobre o jejum de Dallagnol, a usuária Eliane Gomes comentou: “Sou católica! A minha fé independe do que acho que é correto em relação ao que está escrito na CF [Constituição Federal]! Não se pode atropelar a lei a favor ou contra os meus adversários! O ativismo judicial está levando o Brasil para o buraco!” E acrescenta: “Jejum e oração para prisão de uma pessoa??? O fascismo começa assim!”
Sou católica! A minha fé independe do que acho que é correto em relação ao que está escrito na CF! Não se pode atropelar a lei a favor ou contra os meus adversários! O ativismo judicial está levando o Brasil para o buraco!
— Eliane Gomes (@eeliane) 1 de abril de 2018
Sobre o abaixo assinado, o pré-candidato a presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, se manifestou em sua conta afirmando que: “Além de Procurador da República, ele encontra tempo para dar palestras pagas, praticar “coaching milagroso” e pressionar o STF pela internet”.
cargo: procurador da república
função: fazer jejum e oração em dia de julgamento de prisão do réu— André Vicente (@AndreVicente9) 1 de abril de 2018
Quando não se tem prova … faz jejum
— Marcia 👸🏻🚔 (@publi222) 1 de abril de 2018
Deltan Dallagnol, o criador do famoso powerpoint, faz jejum para prisão de Lula. Além de Procurador da República, ele encontra tempo para dar palestras pagas, praticar “coaching milagroso” e pressionar o STF pela internet.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 1 de abril de 2018
Já o ex-governador do Rio rande do Sul Tarso Genro questionou o contexto atual do Judiciário. “Onde chegamos com a midiatização do Processo Penal e com a Justiça-Espetáculo? No fundo do Poço.”
Onde chegamos com a midiatização do Processo Penal e com a Justiça-Espetáculo? No fundo do Poço. https://t.co/6vIt8u5BSG
— Tarso Genro (@tarsogenro) 1 de abril de 2018