Dentro das comemorações de seu primeiro aniversário, o projeto Desconcerto abriga a estreia do Remendola de Chave no próximo sábado, dia 17, às 18h30, no Parangolé (Lima e Silva, 240), na Cidade Baixa, em Porto Alegre. O trabalho inédito reúne os músicos Diego Silveira (computador e vuvuzela) e Paulo Bergmann (piano e escaleta).
A música da dupla mistura fragmentos sonoros, tendo como inspiração um instrumento imaginário, que seria antecessor da pianola, do sequenciador e do loop: a remendola de chave. “É um jeito de brincar com essa questão de que o status do instrumento musical e da obra é muito sério. Todo mundo se leva muito a sério. Acho que não precisa, que dá pra se divertir mais e experimentar mais”, explica Diego.
O trabalho é fruto de uma parceria de longa data, iniciada quando Diego e Paulo integravam a banda Aristóteles de Ananias Jr. nos anos 1990, e prosseguida no Grupo de Música Contemporânea de Porto Alegre. A partir da identificação artística dos dois músicos, no Remendola de Chave, diferentes estilos e proveniências musicais são passados no liquidificador e filtrados no piano, na escaleta, no computador e nas vuvuzelas. (É possível ouvir como isso soa no canal do Remendola de Chave no SoundCloud.)
O projeto Desconcerto não cobra um valor fixo de couvert artístico, mas sugere uma contribuição espontânea, de R$ 5 a R$ 20, que remunera os músicos. Reservas pelo 3019-6898.
DIEGO SILVEIRA
Bacharel, mestre e doutor em Composição pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi o diretor do Grupo de Música Contemporânea de Porto Alegre e, mais recentemente, criou o Experimental Porto Alegre. Desde 2004, atua como percussionista da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA).
PAULO BERGMANN
Bacharel em Piano e Mestre em Música (Práticas Interpretativas) pela UFRGS. Tem desenvolvido intensa atividade como camerista e desde 2011 é professor do curso de graduação em Música da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).
VERBETE DA REMENDOLA DE CHAVE (fictício)
Remendola de Chave
(al. Schlüssel Flickenoler, ing. Key Patchola, it. Toppola di Chiave, fr. Pieceole du Clé)
Instrumento de origem desconhecida, a remendola de chave é o antecessor da pianola e do realejo. Tábuas de madeira perfurada definem as alturas e durações das notas executadas automaticamente por meio de um mecanismo de corda semelhante ao do relógio. Um sistema de chaves permite a repetição de um trecho específico da música que está sendo tocada. O som da remendola é produzido por dois grupos de materiais distintos: tubos de madeira com palhetas (por onde passa uma corrente de ar) e barras de metal (percutidas por martelos). A Remendola foi muito utilizada em cerimônias fúnebres, pois era mais barata, o que mostrou-se mais conveniente para as funerárias, que não dispunham de recursos para adquirir instrumentos automáticos mais caros e de maior prestígio.
O que: Desconcerto #14 apresenta Remendola de Chave (estreia)
Programa:
Consolação com Quadros Manuais de Campainha JB Hocus Pocus (Diego Silveira)
De Chave 1 (Diego Silveira)
Introverso (Bruno Angelo)
Vuvuleta Tá (Diego Silveira e Paulo Bergmann)
Amostra Surubim de Fumaça de Brinquedo (Diego Silveira)
De Chave 2 (Diego Silveira)
Terra Selvagem (Bruno Kiefer)
Remendola (Diego Silveira e Paulo Bergmann)
Fita com Tangodeon de Funk Messias e Sopro Midnight de Camaleão Shadow (Diego Silveira)
Quando: Dia 17 de setembro de 2016, sábado, às 18h30
Onde: Parangolé Bar (Lima e Silva, 240, Cidade Baixa, Porto Alegre-RS)
Quanto: retribuição espontânea
Informações e reservas pelo 3019-6898
