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21 de junho de 2016
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18:05

“Trago Comigo” nas três sessões diárias do CineBancários

Por
Sul 21
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Foto: Jacob Solitrenick/ Tangerina Entretenimento
Foto: Jacob Solitrenick/ Tangerina Entretenimento

A partir de quinta-feira, dia 23 de junho, o filme “Trago Comigo”, da cineasta Tata Amaral, será exibido nas três sessões diárias do CineBancários. Para quem ainda não viu o longa-metragem “Uma Noite em Sampa”, de Ugo Giorgetti, ele ainda estará em cartaz na nossa sala de cinema nos dias 21 e 22 de junho (terça e quarta-feira desta semana).

“TRAGO COMIGO”
O diretor de teatro Telmo (Carlos Alberto Riccelli) foi preso pela ditadura civil-
militar no Brasil (1964-1985), e posteriormente exilado. Quando é convidado para dar uma entrevista, se dá conta de que não tem memória alguma dos meses que passou clandestino e de como aconteceu sua prisão. Através da peça de teatro que passa a montar junto com seu jovem elenco, ele vai estabelecer um diálogo com as novas gerações, mergulhar na sua própria história e na história de seu país. Vai revelar para si e para todos aquilo que, de tão doloroso, preferiu esquecer.
Um dos aspectos do filme é alimentar a discussão sobre fatos pouco conhecidos da época da ditadura civil-militar e as sequelas deixadas naqueles que viveram situações de violência em sua decorrência. Esta atitude fica evidente diante do fato de que o Brasil é um país que, ao contrário da Argentina e do Chile, por exemplo, nunca puniu os crimes de tortura.

Depoimentos reais de ex-militantes contrários ao regime militar dialogam diretamente com a ação da trama. Por exemplo, a ex-guerrilheira Criméia Alice Schmidt de Almeida afirma no filme: “Eu apanhei muito e apanhei do comandante. Ele foi o primeiro a me torturar e me espancou até eu perder a consciência, sendo que eu era uma gestante bem barriguda. Eu tava no sétimo mês de gravidez”.
Já o jornalista Ivan Seixas, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, relembra que colocaram sua mãe embaixo da sala de tortura – e ela ouviu a noite inteira, o dia inteiro, seu marido (pai de Ivan) ser torturado e morto. Os depoimentos revelam ainda a angústia dos ex-militantes torturados pela ditadura militar em busca da verdade e da memória. Nessas sequências documentais de “Trago Comigo” os nomes dos policiais e torturadores citados nos depoimentos foram suprimidos, pois estes nunca foram julgados e condenados e a produção do filme correria o risco de ser processada judicialmente. Em 1979 o Estado brasileiro promulgou a Lei da Anistia não só para aqueles que haviam sofrido perseguição política, mas sua redação deu margem à discussão e os torturadores também foram considerados anistiados. Os familiares ainda buscam informações sobre os desaparecidos políticos. Após quase 40 anos, os arquivos dos órgãos de repressão militares continuam fechados.

UMA NOITE EM SAMPA
A tragicômica situação que um grupo passou após a sessão de teatro ficará marcada pra sempre em suas mentes. O ônibus que os levaria de volta para suas casas, está trancado e sem o motorista. O que fazer? Perdidos, desorganizados e dependentes dos seus próprios medos, os passageiros ficam à espera, um dos males deste grupo, e o resultado é uma história misteriosa, divertida e com um desfecho sem igual.
Rodado em uma única locação, precisamente ao lado do Teatro Ruth Escobar, o filme mostra um grupo de pessoas que se desloca do interior para assistir a uma peça de teatro.
Escolha pessoal do diretor, o elenco formado por Andrea Tedesco, Flavia Garrafa, Roney Facchini, Otávio Augusto, André Correa, Cris Couto, Agnes Zuliani, Fernanda Viacava, Carol Portes, Suzana Alves, Thaia Perez, Cris Rocha, Maria Stella Tobar, Thiago Amaral, Siomara Schröder, Francisco Bretas, Sergio Mastropasqua, Angelo Brandini, Atílio Bari e Isabeau Christine contracena com manequins de vitrine.
Ugo Giorgetti começou como diretor de filmes publicitários para televisão, passando também pelas principais agências do país. Nos anos 1970, dirigiu o único curta-metragem da sua carreira, “CamposElísios” (1973), sobre o bairro paulistano de mesmo nome. Em seguida dirigiu o média-metragem “Prédio Martineli” (1975). Além dos longas já citados, dirigiu também A Cidade Imaginária (2014), “México – A Última Olimpíada Livre” (2011), “Paredes Nuas” (2009), “Solo” (2009), “Pizza” (2005), “Variações sobre um quarteto de cordas – A música de Johannes Oelsner” (2004) e “Uma outra cidade: Poesia e vida em São Paulo nos anos 60” (2001), todos exibidos na tv.

21 de junho (terça-feira)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

22 de junho (quarta-feira)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Uma Noite em Sampa, de Ugo Giorgetti
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

23 de junho (quinta-feira)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Trago Comigo, de Tata Amaral
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

24 de junho (sexta-feira)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Trago Comigo, de Tata Amaral
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

25 de junho (sábado)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Trago Comigo, de Tata Amaral
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

26 de junho (domingo)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Trago Comigo, de Tata Amaral
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

28 de junho (terça-feira)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Trago Comigo, de Tata Amaral
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

29 de junho (quarta-feira)
15h – Trago Comigo, de Tata Amaral
17h – Trago Comigo, de Tata Amaral
19h – Trago Comigo, de Tata Amaral

Os ingressos podem ser adquiridos no local a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00.


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