Caio Venâncio
Em parceria com a Petrobras, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) inaugurou nesta quarta-feira (26) o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) em cerimônia na qual estiveram presentes diversas autoridades. Com isto, a universidade e a estatal pretendem impulsionar as pesquisas sobre o tema no estado.
O prédio, situado no Tecnopuc, o parque tecnológico da instituição, possui sete andares, totalizando quatro mil metros quadrados. A edificação conta com cinco laboratórios que auxiliam na compreensão das estruturas que envolvem toda a cadeia do petróleo. O IPR é resultado de investimentos de R$ 15 milhões da Petrobras e da PUCRS, e, em pleno funcionamento, vai contar com mais de 80 pesquisadores de áreas como geologia, geografia, biologia, química, engenharia física, entre outras.
Diretor do IPR, o professor João Marcelo Ketzer deu início às falas na cerimônia de inauguração. Voltando no tempo, ele recordou do início da parceria entre a universidade e a gigante petrolífera brasileira, em 2007, quando foi criado o Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (CEPAC), espécie de embrião do que veio a se tornar o IPR. Agora, Ketzer explica que a proposta é “agregar alta tecnologia às ciências tradicionais”, numa relação que apontaria para o futuro do país e do mundo.
Para o diretor, os estudos sobre a camada pré-sal, geobiologia, armazenamento de carbono, entre outros temas, muitos dos quais com ênfase na realidade do estado, são estratégicos para a nação. “Agindo desta forma, estamos retendo tecnologia no país, e reter tecnologia é uma questão de soberania nacional”, argumenta.
Coordenador Geral do Escritório Regional Sul da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Edson Silva elogiou a Pucrs pela capacidade de inovação e, projetando o futuro, acredita que o instituto recém-inaugurado vai contribuir com os desafios do Rio Grande do Sul no campo de prospecção do petróleo. Até o momento, não foram encontradas reservas no estado, tanto no mar como no continente. “Quem sabe lá adiante possamos dizer que as pesquisas da Bacia e Pelotas se dividem em antes e depois do IPR”, cogitou o dirigente do PCdoB denunciado por suspeita de esquema de propina na ANP.
Diretor da Petrobras, Hugo Repsold Junior classificou o momento como o “primeiro passo de uma caminhada”, afirmando acreditar no potencial da universidade, das pessoas e da ciência.
O IPR também conta com uma planta-piloto inédita no mundo que reproduz condições do oceano a dois mil metros de profundidade. Visivelmente satisfeito com a inauguração, o reitor da Pucrs, irmão Joaquim Clotet, optou por não se arriscar na frente das dezenas de funcionários da instituição que acompanhavam a solenidade e leu um discurso que valorizava os esforços conjuntos que permitiram a construção e abertura do novo espaço. “Nós, da Pucrs, fazemos coro à Petrobras: ‘o desafio é a nossa energia’”, parafraseou.
IPR conta com uma planta-piloto inédita no mundo que reproduz condições do oceano a dois mil metros de profundidade l Foto: Gilson Oliveira/Ascom PUCRS
