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30 de agosto de 2014
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20:28

Um triciclo para ajudar no trabalho dos catadores

Por
Sul 21
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 Fabricado pelo Fundação Salzano em parceria com a Ecoprofetas, o triciclo foi apresentado na tarde desta quarta-feira e passará por testes| Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Fabricado pela Fundação Liberato Salzano em parceria com a Ecoprofetas, o triciclo foi apresentado na tarde desta quarta-feira e passará por testes| Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Jaqueline Silveira

Uma alternativa para os recicladores que não podem usar mais as carroças e carrinhos em Porto Alegre, proibidos pela legislação, foi apresentada, nesta semana, na sede da Associação Profetas da Ecologia. Trata-se do protótipo de um triciclo, fabricado pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.

O projeto começou a ser elaborado no ano passado, quando os representantes da Associação Caminho das Águas (Ecoprofetas), que trabalha com catadores, apresentaram um esboço do triciclo à fundação e o departamento de mecânica, então, assumiu a fabricação. “É uma criação mútua. A associação tinha um esboço e nós concretizamos o projeto”, comentou o vice-diretor da Fundação Liberato Salzano, Ramon Fernando Hans.

Um dos professores responsáveis pela fabricação do triciclo, Gleidson Marchiori informou que o projeto começou praticamente do zero e que parte da estrutura foi feita com material reciclado. Ele informou que o veículo tem um custo estimado de R$ 2 mil e capacidade para 300 quilos de lixo.

Sob o olhar do vereador Sgarbossa, o irmão Antônio Cechin disse que o veículo é uma ferramenta simples que ajudará muito|Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Irmão Cechin disse que o veículo é uma ferramenta simples que ajudará o trabalho dos catadores|Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Coordenador da Ecoprofetas, o irmão Antônio Cechin disse que o triciclo “é um velho sonho de 30 anos”. “O sonho desse carrinho é para mim a realização da coleta seletiva perfeita. Vai ajudar enormemente uma ferramenta tão simples”, acrescentou ele. Agora, conforme o irmão, o veículo passará por testes e depois, de feitos os ajustes necessários, serão confeccionados seis para os recicladores que trabalham na associação. “Temos dinheiro para uma série de seis imediatamente”, destacou Cechin, referindo-se ao projeto com a Petrobras.

Além de buscar parcerias para fabricar mais triciclos, o irmão ressaltou que a associação estuda fazer uma sugestão de proposta à Câmara de Vereadores para que os próprios catadores possam comprar o triciclo e pagá-lo mensalmente.

Trabalhando com material reciclado há mais de 30 anos, Loreni de Oliveira, 56 anos, será encarregada de testar a inovação. “Acho a ideia muito boa: vou sair de casa em casa pedindo para as pessoas separarem o lixo como lata com lata e vidro com vidro”, contou ela, que sustentou os filhos com o dinheiro vindo da reciclagem. Depois, Loreni retornará para recolher o lixo separado.

Quem quiser ajudar na fabricação de novos triciclos podem fazer doações de quadros de bicicleta, por meio do telefone da associação: (51) 3061 1113.

 

 

Trabalhando com reciclagem há mais de 30 anos, dona Loreni de Oliveira será a primeira a testar a inovação | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Trabalhando com reciclagem há mais de 30 anos, dona Loreni de Oliveira será a primeira a testar a inovação | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Proibição de carroças e carrinhos

Também presente no lançamento e parceiro da iniciativa, o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) esclareceu algumas dúvidas dos recicladores da legislação quanto ao uso do triciclo. Ele lembrou que, em 2008, foi aprovada uma lei proibindo a circulação de carroças e carrinhos em Porto Alegre, mas que os triciclos estariam liberados. “A lei proíbe veículos de tração humana e animal e a bicicleta é um veículo de propulsão, então não é proibido” explicou Sgarbossa.


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