Da Redação
O DVD do premiado curta Os Filmes estão Vivos e a 23ª edição da revista Teorema, de crítica cinematográfica, serão lançados, nesta segunda-feira (13), na Palavraria (Rua Vasco da Gama, 165). O filme acompanha o crítico de cinema Enéas de Souza em seis sessões de cinema, em Paris. Mostra a escolha dos títulos, a reflexão e os debate sobre cada uma das obras. É, ao mesmo tempo, uma homenagem ao autor de Trajetórias do Cinema Moderno (1965) e às pequenas salas de arte e ensaio do Quartier Latin. A revista traz uma entrevista com o roteirista Hilton Lacerda, de Baile Perfumado, entre outros, e críticas de várias filmes, como Avanti Popolo, de Michael Wahrmann.
Os extras do DVD exibem outros comentários de Enéas de Souza, protagonista do filme. Ele fala sobre Fallen Angel (1945), de Otto Preminger, e Street of Love and Hope (1959), primeiro longa-metragem de Nagisa Oshima, que foram excluídos da montagem final de Os Filmes estão Vivos, premiado no Festival de Cinema de Gramado com o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio da Crítica. A partir de Fallen Angel, Enéas analisa a carreira do realizador vienense, destacando filmes como O cardeal (1963) e Tempestade sobre Washington (1962). Já a sessão sobre Oshima provoca em Enéas uma reflexão sobre o neo-realismo, a nouvelle vague e o cinema novo. Entre os extras está também a participação de Enéas de uma gravação com o realizador Bertrand Bonello, de L’Apollonide (2013).
O Filme
O curta, filmado no gélido janeiro de 2013, passeia pela verve amoral de Ernst Lubitch, (One hour with you, 1932) e pela poética física de Robert Aldrich (Atack, 1956). A fuga do cinema clássico aparece na profusão dionisíaca de John Cassavetes (Husbands, 1970), assim como na ironia matreira de Sergio Corbucci (Django, 1966). O cinema contemporâneo também se faz presente com a poesia cotidiana de Hong Sang-Soo (A Visitante Francesa, 2012) e na discussão acalorada sobre Leos Carax e seu Holy Motors (2012).
Os Filmes Estão Vivos tem direção de Fabiano de Souza e Milton do Prado, e produção da Rainer Cine. A montagem é de Vicente Moreno e a edição de som e mixagem, de André Sittoni. A música foi composta por Sergio Karam e Geraldo Fischer, em um processo inspirado pela trilha de “Ascensor Para o Cadafalso” (1959), de Louis Malle. Como Miles Davis, Karan e Fischer improvisaram a partir do contato direto com as imagens do filme.