Secretaria de Direitos Humanos quer checar situação de presídios militares

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Secretaria de Direitos Humanos quer checar situação de presídios militares
Secretaria de Direitos Humanos quer checar situação de presídios militares
Secretária de Direitos Humanos comandada pela ministra Maria do Rosário quer verificar condições de presídios militares | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Da Redação

A disputa entre Secretaria de Direitos Humanos, vinculada à Presidência da República, e Forças Armadas ganhou novo capítulo. Um projeto de lei foi encaminhado ao Congresso pela ministra Maria do Rosário para obter autorização para ingressar nos quartéis e verificar as condições a que os presos militares estão submetidos.

As visitas, que não serão avisadas com antecedência, fazem parte do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, em tramitação na Câmara dos Deputados, que estabelece inspeções a todos os locais que pessoas sejam mantidas presas, seja por mandado de autoridade judicial ou administrativa. A medida faria parte de um sistema nacional de prevenção e combate à tortura e às violações de direitos humanos, atendendo recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, outro ponto do projeto de lei prevê a discussão do fim dos tribunais militares.

A ministra entrou em rota de colisão com os militares após defender publicamente a possibilidade de responsabilizações criminais de agentes públicos durante a ditadura. Rosário também foi uma das principais articuladoras da Comissão da Verdade, criada para investigar violações de direitos humanos entre 1946 e 1988.

A avaliação da secretaria é a de que as duas leis representariam uma vitória do movimento de direitos humanos dentro do governo. Integrantes da pasta enfatizam também que garantiria a abertura de um cenário desconhecido para a sociedade brasileira: o das prisões militares.

Atualmente, existem duas categorias de presos militares: os detidos pela Justiça e os por transgressão disciplinar. A prisão administrativa tem prazo curto e dura, em média, cinco dias. Já os demais cumprem a pena imposta pela Justiça. Os dois estabelecimentos estarão sujeitos às inspeções.

O único presídio militar está no Rio de Janeiro e é comandado pela Marinha. Os demais presos ficam detidos em celas nas unidades militares. Entretanto, não há estatísticas sobre o número de presos, situação dos cárceres e nem de denúncias de tortura.

Com informações de O Estado de S. Paulo


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