Nubia Silveira
A escritora Lya Luft, natural de Santa Cruz do Sul já vivia em Porto Alegre, quando teve início o movimento de resistência ao golpe pretendido pelos ministros militares, em 1961. Formada em Pedagogia e Letras Anglo-germânicas, ela começou sua vida literária como tradutora de obras escritas em alemão e inglês. Como escritora, sua primeira obra foi de poesia: Canções de Limiar, de 1964. Depois, vieram os contos, as crônicas, os ensaios e os romances.
Sul21 — Quantos anos a senhora tinha, onde morava e o que fazia em 1961?
Lya Luft — Eu estava com 23 anos. Estudava Letras na PUCRS, e fiquei entre assustada e animada. Mas era bastante alienada de tudo isso.
Sul21 — Onde a senhora estava quando soube da renúncia de Jânio Quadros e da resistência liderada por Leonel Brizola?
Lya — Em casa, no apartamento que dividia com uma amiga, perto da PUC aqui em Porto Alegre, quando a PUC ficava na Independência, junto com o Rosário.
Sul21 — Qual foi a sua primeira atitude ao saber do que acontecia?
Lya — Procurar me informar com colegas.
Sul21 — A seu ver quais as principais características do Movimento da Legalidade?
Lya — Entusiasmo e esperança.
Sul21 — Estas características ainda estão vivas na política brasileira?
Lya — Sou muito cética. Hoje existem joguinhos de poder, de interesses individuais, poucas crenças, pouquíssima honestidade e idealismo.Estamos num mau momento. Reinado da mediocridade.