Rachel Duarte
Apesar de garantir que não há risco à saúde dos consumidores, pela primeira vez desde que estudos começaram a ser feitos, a Organização Mundial da Saúde alertou nesta para a existência de uma relação entre o uso de celulares e o desenvolvimento de câncer. A agência fez o alerta nesta terça-feira (31) e agora classifica o uso dos aparelhos na categoria de potencial cancerígeno, a mesma para chumbo e clorofórmio.
Uma equipe de 31 cientistas de 14 países tomou a decisão de revisar estudos sobre segurança dos celulares e descobriu evidências suficientes para classificar a exposição pessoal como “possivelmente cancerígena para humanos”. “O maior problema que nós temos é que sabemos que fatores ambientais precisam de décadas de exposição até realmente vermos as consequências”, disse à CNN Keith Black, neurologista chefe do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O tipo de radiação emitida por um celular é chamada não ionizante. Não é como um aparelho de Raio-X, mas se parece mais com um forno microondas de muito baixa potência. “O que as microondas de radiação fazem, nos termos mais simplistas, é parecido com o que acontece com a comida no microondas, só que com o nosso cérebro. Então, além de poder acarretar o desenvolvimento de tumores, elas poderiam causar uma série de outros efeitos, como danificar a função de memória cognitiva, já que os lobos de memória temporal ficam onde seguramos nossos celulares”, completa Black.
A Agência Europeia de Meio Ambiente solicitou a realização de novos estudos, afirmando que os celulares podem ser um risco à saúde pública como a fumaça, amianto e gasolina com chumbo. O coordenador de um instituto de pesquisa sobre câncer na Universidade de Pittsburg enviou um memorando a todos os funcionários pedindo a eles que limitassem o uso de celulares, devido ao risco de desenvolver câncer.
Informações do O Globo.