Jorge Seadi
Blindados e equipes do Bope entraram, esta tarde, na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, em busca de criminosos que fugiram de vilas e favelas que foram ocupadas pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Nesta madrugada, mais de seis veículos foram incendiados por criminosos em reação à ação das forças policiais na tentativa de prender traficantes.
A operação foi liderada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) que usou 350 homens e teve o apoio da Marinha que cedeu nove blindados do tipo M113, usados para furar bloqueios. A ação, até agora, teve três feridos que foram atendidos no Hospital Getúlio Vargas, no próprio bairro da Penha, que fica na zona norte do Rio. Entre os feridos, um policial militar atingido por estilhaços de fuzil no braço. A emergência do Getúlio Vargas está reservada apenas para atender os feridos do conflito. Desde ontem, segundo a secretaria da Saúde do Rio de Janeiro, 23 pessoas foram medicadas no Getúlio Vargas por causa dos confrontos de policiais com traficantes. A mesma fonte informa que quatro morreram, outros quatro continuam internados, e os demais foram liberados.
A “guerra” entre a Polícia e os traficantes provocou o fechamento de 21 escolas e 13 creches. A medida foi tomada para evitar que alunos, professores e funcionários corressem riscos na zona do conflito. São mais de 12 mil alunos sem aulas.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu hoje que a população não se assuste diante da situação e que apoie a ação da Polícia. Desde domingo foram queimados 55 veículos entre carros de passeio, vans e ônibus. Só nesta quinta-feira 14 veículos foram incendiados. A Polícia Militar contabiliza que 55 pessoas foram presas, 121 detidos, 27 pessoas morreram e foram apreendidos 29 armas curtas, 11 fuzis e cinco granadas.
“Essa operação não é de entrada ou de saída. Vamos dominar e prender os criminosos”, disse o coronel da PM, Álvaro Garcia. O coronel disse também que o serviço de inteligência da PM confirmou a presença de muitos criminosos na Vila Cruzeiro fugitivos de outros morros que estão ocupados pela Polícia com a implantação das PPPs.
Com informações do G1 e Folha de São Paulo
