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23 de junho de 2010
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16:34

Cinema e novas formas de divulgação

Por
Sul 21
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Cinema

Clarissa Pont

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O recente sucesso do documentário “Exit Through The Gift Shop” (algo como “Saída Pela Loja de Souvenirs”), sobre o artista de rua inglês Banksy, é um forte exemplo de como a internet e as redes sociais podem intervir num mercado que parecia destinado a grandes orçamentos. O diário inglês The Guardian traçou recentemente um paralelo entre o documentário de Banksy e o novo filme de Oliver Stone, South of the Border.

Exibição na rua e promoção via redes sociais

O jornal destaca os gastos e as formas de marketing de ambos os filmes. Enquanto Stone apostou “em uma excursão pela América Latina para promover South of the Border, nos doze dias seguintes ao lançamento o filme havia arrecadado apenas 18 mil dólares em 20 telas na Venezula. Exibições gratuitas em telas móveis a céu aberto, no entanto, atraíram multidões”.

“Exit Through the Gift Shop arrecadou 2,4 milhões de dólares nos Estados Unidos. O filme foi promovido por uma campanha propositadamente silenciosa, evitando o gasto com grandes anúncios e cartazes e apostando no poder do buzz viral: Uma onda de Twitter, Facebook e afins foi monitorada e exerceu a função de marketing do filme”, assegura o Guardian.

John Sloss, que representou o filme no Festival de Sundance, onde o documentário se tornou um sucesso inesperado, decidiu lançá-lo através de seu próprio selo de distribuição, o ainda pequeno Producers Distribution Alliance. “Nós sabemos com absoluta certeza que as pessoas que conferiram o fim de semana de estréia do filme não são espectadores regulares”, diz ele. “Eles não lêem os jornais ou a publicidade de filmes tradicionais, mas estão conectados ao filme os line, dentro de alguma comunidade”, avalia.

Banksy nas telas

O documentário demonstra de maneira admirável não apenas a força de seus estênciles, mas a grande habilidade do artista para polemizar. Na tela, Banksy expõe a volatilidade do mundo da arte, as ganas dos colecionadores pelo novo, a fragilidade dos críticos e, lógico, exalta o próprio trabalho. O argumento é centrado em Thierry Gueta, um francês com obsessão por registrar todos seus momentos em vídeo e que por caminhos tortuosos obtém autorização para filmar Banksy. A estréia no Brasil ainda não tem data confirmada.

Mais Cinema no Brasil

Programa lançado nesta quarta-feira (23), em Luziânia (GO) pelo presidente Lula, pretende reunir um conjunto de ações inéditas para o mercado exibidor de cinema no Brasil e tem como meta incentivar a abertura de 600 salas de cinema em quatro anos. O Cinema Perto de Você – Programa de Expansão do Parque Exibidor foi desenvolvido pelo Ministério da Cultura e pela Ancine e operado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ação foi concebida para contemplar especialmente as regiões Norte e Nordeste, mais carentes de salas de exibição. Para que se tenha uma idéia, segundo a Ancine, dos 1.371 municípios brasileiros com população entre 20 mil e 100 mil habitantes, apenas 194 possuem salas de cinema, ou seja, 14,15%.

“O divã e a tela”

Começa nesta sexta-feira (25) novo ciclo do Seminário “O divã e a tela”, da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (Appoa). A coordenação da atividade é do colunista de Sul 21, Eneas de Souza, e do psicanalista Robson Pereira.

Bastardos Inglórios, recente filme de Quentin Tarantino, é o primeiro a ser exibido na programação que prevê exibições em uma sexta-feira de cada mês, sempre às 19 horas, com entrada franca. Na sede da Appoa, Rua Faria Santos, 258 – Bairro Petrópolis, Porto Alegre.

Acompanhe a lista completa de filmes na Cultura Sul 21 de sábado.

Literatura

Clarice no Facebook

Clarice Lispector sempre foi uma escritora considerada “difícil”. No entanto, alguém criou, no Facebook, uma página com o nome de Clarice e lá são postados trechos de suas obras, com um bom número de seguidores. Clarice já tentara uma popularização de sua linguagem nas páginas do Jornal do Brasil, em crônicas semanais. Mas nada como a internet para chegar especialmente aos mais jovens. Se você quiser ler ou postar algum trecho da obra da escritora,  e estiver cadastrado no Facebook, entre no link

http://www.facebook.com/pages/Clarice-Lispector/20584289802?ref=ts

O aniversário do realismo sem fronteiras

Daniela Santos*

Joaquim Maria era somente um menino com nome português nascido no Brasil. Mais um “Menino do Rio” que teve infância difícil e que, além disso, perdeu a mãe e o pai ainda jovem, o que dificultou mais ainda sua trajetória de vida.

Para alguns, o fato de Joaquim ser mulato e filho de um pintor com uma lavadeira justificava sua situação. Mas a verdade é que era um menino especial com uma veia aristocrata que pulsava silenciosamente longe da oligarquia rural e de classes urbanas abastadas.

No dia 21 de junho de 2010 o protagonista desta história faria 171 anos. Não está mais entre nós, não fisicamente, mas o produto da sua existência circula entre nós ainda hoje, e pelo visto, não só por aqui e nem só por agora, mas eternamente.

Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS é um exemplo de humano que não se curva ao destino insólito de dificuldades, e, se até agora você não tinha percebido, é ele mesmo, a figura ímpar da nossa literatura, um grande romancista e, mesmo discordando do rótulo, um realista que “adaptou” o realismo europeu à realidade brasileira. Como? Não copiando-o. Dizia que a realidade era boa à literatura, mas que o realismo era, de fato, mau.

Machado não foi um autor submisso nem omisso. Caminhou passo a passo entre temas de grande importância para a literatura, história e humanidade como a escravidão, traição, ambição e poder. Seus personagens eram nus, livres de máscaras que a sociedade esperava usar para esconder a verdadeira face da monarquia e da república. Questionou valores sociais, criticou-os, compreendeu a sua época e, por vezes, com bom humor e com doses de pessimismo, expressou a realidade de forma que isso ficasse registrado na literatura brasileira como ponto alto em criação e qualidade literária.

De vendedor de doces a escritor e a fundador da Academia Brasileira de Letras. Pobre, mulato, epilético, insistente.

Coincidência ou não, o aniversário 171 do autor caiu em ano de eleição no Brasil. Um pequeno sinal de que não devemos baixar a cabeça diante de propostas de futuro insensatas. É hora de “machadianizar” e marcar na história, quiçá na literatura (quem sabe?!) o que queremos para nós mesmos sem “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.

Ao mestre, Joaquim Maria Machado de Assis (1839 – 1908).

*Daniela Santos é estudante de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs)

Música

Show de MV Bill em Canoas

A Casa da Juventude, que será o espaço onde funcionará um dos projetos do Pronasci em Canoas,  o Protejo, será inaugurada no dia 26 de junho. O evento será às 16h com show do rapper MV Bill. O Protejo abrirá as portas para proporcionar uma melhor perspectiva de vida para 400 jovens moradores do bairro Guajuviras. Haverá um núcleo de direitos humanos, um núcleo artístico cultural e um núcleo de inclusão digital. Para incentivo, cada participante ainda receberá uma bolsa de R$100.

Local: Avenida 17 de abril, bairro Guajuviras.


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