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13 de abril de 2021
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13:46

Uma Frente Parlamentar Antifascista pelos Direitos Humanos em Porto Alegre (por Leonel Radde)

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Sul 21
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Uma Frente Parlamentar Antifascista pelos Direitos Humanos em Porto Alegre (por Leonel Radde)
Uma Frente Parlamentar Antifascista pelos Direitos Humanos em Porto Alegre (por Leonel Radde)
Vereador Leonel Radde (PT) | Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Porto Alegre

Leonel Radde (*)

Muitas pessoas haverão de perguntar, “por que uma frente parlamentar antifascista na Câmara Municipal de Porto Alegre”? Preciso dizer antes de responder, que não é sem um pouco de tristeza que vejo a ocorrência de manifestações sucessivas de apreço a moralidades violentas não alcançar a repulsa de todas e todos. Entretanto, aprendi desde muito cedo que a paciência é uma virtude quando se possui propósitos éticos e causas justas.

O roteiro que responde a pergunta acima propõe, para nossa reflexão coletiva, outras singelas perguntas.

Como podemos classificar, em pleno ano de 2021, atos em defesa do AI-5? Por qual nome devemos chamar a movimentação política que clama por uma nova intervenção militar em frente ao QG do 3° Exército em Porto Alegre? Que tipo de postura podemos adotar quando a bandeira de luta verbalizada pela advogada Denise Neumann acerca da propriedade “positiva” de trabalho análogo ao escravo no processo de “libertação da consciência” não cause repulsa e indignação em 3 colegas de Câmara Municipal? Ademais, eles dividiam grupo de Whatsapp com a Dra. Neumann enquanto organizavam carreatas pela liberação completa das atividades comerciais e retomada das aulas presenciais em meio a bandeira preta.

Se consideramos tais manifestações como incompatíveis com qualquer interpretação do que significa a democracia, a convivência e a empatia, nossa proposta de instalação de uma frente parlamentar para estudar e debater a existência de manifestações abertamente fascistas em nossa sociedade, já chega tarde.

Nosso propósito aqui é chamar atenção para a existência do fenômeno. Ele existe, suas redes estão sendo mapeadas, suas artimanhas e subterfúgios tem sido desmascarados. Entretanto, há uma assimetria entre a dimensão alcançada pelo ódio político e o contingente de pessoas e instituições que se propõem a combatê-lo.

Não se enganem, sem engajamento e atuação resoluta, este Corvo chamado fascismo comerá os nossos olhos sem nenhuma piedade, mesmo que tenhamos sido coniventes, alimentando-o na expectativa de que corvos tenham comportamento de pombos.

(*) Policial Civil, atualmente é Vereador da cidade de Porto Alegre pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

§§§

As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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