Opinião
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23 de agosto de 2020
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11:03

A forç@ d@s bancári@s nas redes sociais (por Gilnei Nunes)

Por
Sul 21
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A forç@ d@s bancári@s nas redes sociais (por Gilnei Nunes)
A forç@ d@s bancári@s nas redes sociais (por Gilnei Nunes)

Gilnei Nunes (*)

A categoria bancária é uma, dentre a classe dos trabalhadores, muito bem organizada na sua estrutura sindical. Confederação, Federações e uma rede de sindicatos, que se interligam em nome das lutas e dos ideais que norteiam a política sindical, fortalecem nossa identidade combativa. O guarda-chuva de uma Convenção Coletiva de Trabalho protege os direitos dos bancários e bancárias de sul a norte do Brasil

Gilnei Nunes (Foto: Divulgação/SindBancários)

Este ano em nossa Campanha Nacional estamos enfrentando um adversário diferente. O novo coronavírus, agente transmissor da Covid-19, está exigindo novas estratégias de luta dos(as) bancários(as).

Os banqueiros, nas mesas de negociação, se aproveitam da dificuldade para retirar direitos. Assim como a pandemia ceifou 113 mil vidas no Brasil até o sábado, 22 de agosto, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) quer ceifar direitos históricos que conquistamos com muita luta, muitas greves e muita agitação nas ruas.

Não estamos podendo ir às ruas como antes, afinal não podemos ser irresponsáveis com a saúde e a vida de nenhum cidadão. Precisamos, conforme orientação de autoridades sanitárias mundiais, evitar aglomerações.

Não podemos deixar, porém, que os banqueiros cobrem de nós, bancários(as), a redução de lucros que tiveram nesta crise. Redução de lucro, é preciso dizer de forma bem clara, não é ausência de lucro. Os cinco maiores bancos do país lucraram somente no primeiro semestre deste ano de pandemia e pandemônio econômico cerca de R$ 30 bilhões.

É claro que os bancos não estão em crise. Afinal, é nas crises que eles lucram e enxergam novas oportunidades. Uma dessas oportunidades é atacar nossos direitos de trabalhadores bancários(as), reduzindo nossa Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nossas gratificações e recuando em muitas questões de saúde em que avançamos muito nos últimos anos.

Fato que comprova a falta de motivos para retirar direitos da nossa categoria é a instituição do teletrabalho. O home office já resultou em economia de mais de R$ 300 milhões para os bancos.

E eles querem impor uma agenda de teletrabalho em que não arquem com custos de internet, de energia elétrica, alimentação e de segurança nas operações online em computadores pessoais compartilhados com nossos familiares.

Além disso tudo, os banqueiros não param de pressionar por lucro, mesmo durante a pandemia, e continuam aplicando sua gestão por assédio moral e competitividade entre nós, trabalhadores. Colocam-nos uns contra os outros. Os banqueiros definitivamente temem a nossa unidade.

Nesta Campanha Nacional, enfrentamos a dificuldade de mobilizar nossa categoria. Mas também sentimos um avanço em nossa comunicação digital. Bastou os(as) bancários(as) irem para as redes sociais protestarem contra os ataques aos nossos direitos na pandemia, para que, na mesa do sábado, 25/8, os banqueiros recuassem: já falam em manter nossa 13ª cesta alimentação e admitem negociar permanentemente o home-office.

Precisamos manter nossa telemobilização. Como se vê, os(as) bancários(as) mostram sua força não apenas quando precisam atender clientes e organizar longas filas nas agências durante a pandemia de Covid-19. Estamos fortes também nas redes sociais.

Vamos seguir nossa caminhada virtual, fazendo o que sempre fazemos: lutar por garantir e proteger nossas conquistas históricas. Definitivamente, como mostram os memes das redes sociais, o(a) bancário(a) está conectado(a) na luta: banqueiro, o BANCÁRIO TÁ ON.

(*) Diretor de Comunicação do SindBancários e bancário do Banrisul

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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