Jonas Reis (*)
Uma tenebrosa maldição aportou no planeta. Planeta chacoalhado pelas forças humanas que sugam suas energias e recursos de formas incontroladas. Um novo vírus cavalga no Globo e desafia nações e povos ao enfrentamento coletivo. Autoridades científicas se pronunciam em defesa da vida humana e da preservação da ordem sanitária desde janeiro. A sobrevivência do presente está em jogo. O futuro é incerto e fruto das escolhas do agora. Chefes de Estado se jogam na cruzada contra o inimigo viral. Estudiosos percorrem 24 horas por dia nos circuitos do pensar e testar para gerar soluções no curto prazo e produzir a superação do mal que ceifa vidas por todos os cantos da Terra.
Porém, no Brasil, um desgovernado país assiste estarrecido às trapalhadas e à vilania do presidente fakenews, fantoche da burguesia nacional tacanha e de traços escravocratas, todos os dias. O suposto miliciano, de manhã fala A, de tarde B. E à noite… Bem, à noite vai em rede nacional encorajar seus seguidores cegos das bolhas de fakenews e o povo mais humilde e menos instruído a embarcarem num tempo genocida. Sim, o mandatário maior da República convocou o povo a jogar sua vida numa “roleta russa” e descumprir decretos de prefeitos e governadores que orientam das mais variadas formas ao combate à Pandemia via medidas de restrições de circulação social.
Há um esforço de cientistas e governantes de quase 15 dias para conter o avanço rápido do Coronavírus em todo o território nacional. Nesse tempo não há partido nem ideologia maior que o objetivo de salvar vidas. Mas o presidente insiste em combater inimigos imaginários. Seriam sinais claros de “distúrbios do raciocínio” que o acometem? Seriam sinais não nítidos ainda de um erro eleitoral cometido por milhões de cidadãos em 2018? Seriam, ainda, provas de que a maioria está errada e a Terra é plana de fato, bem como que tomar leite com uva mata instantaneamente e o senso comum é o real, sendo ilógico o bom senso e o conhecimento científico?
Já cansados estamos dessa peleia insana contra um ser vivo que detém o maior cargo da nação como se fosse um controle de vídeo game. Um homem que até hoje não saiu do WhatsApp das eleições, vive um eterno terceiro turno contra seu inimigo imaginário, não saiu das fakenews, não assumiu a posição de estadista para governar um país de 215 milhões de habitantes. É um despreparado, um extraterrestre no Planalto, literalmente. Mais do que isso, superou hoje todos os seus limites, tornou-se um fanfarrão vestindo “Ideias de Caronte” nessa noite infame ao brindar a morte em cadeia nacional.
Não há mais como seus aliados o suportarem no poder. Selou seu destino com um discurso que convidou milhões ao suicídio. Cabe aos homens e mulheres de bem as ações enérgicas e inevitáveis para afastá-lo de derrubar o país num buraco tão fundo quanto aquele que deixou o país mergulhado na escravidão por quase 400 anos, quando invadiram a nação originária vindos do mar os primeiros exploradores da vida alheia.
Fiz questão de ir ao Facebook do #EleNão e presenciei milhares de seguidores reprovando suas últimas ações. Isso é um alento. Significa que o povo está acordando diante da realidade e que não somos uma nação de robôs de whatsapp.
“Amanhã precisa ser outro dia”. Um novo dia de esperança para derrotar o Coronavírus. Mas, antes, derrotar a maldição chamada Bolsonaro, que se anunciou como o aliado maior do vírus que se espalha pelo solo nacional e desafia autoridades, científicas e o povo unido para vencê-lo. Felizmente, temos o SUS, temos a mídia como aliada do povo e temos uns aos outros para resistir e salvar vidas. Nossa única meta deve ser derrotar o vírus e seus aliados: Bolsonaro e suas insanidades.
(Escrevo pra que relembrem o que nunca deveria ter acontecido nesse nosso país já tão sofrido. Cuidem-se. Entre o discurso de um capitão aposentado aos 33 anos por insanidade mental e os cientistas renomados da Organização Mundial de Saúde que declararam situação grave de Pandemia do Coronavírus, fiquem com quem estudou e sabe do assunto. Combatamos o luxo da insensatez desse sádico e desvairado.)
(*) Professor e Doutor em Educação. Defensor do SUS.
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