Opinião
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29 de março de 2020
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11:10

Ficar em casa: essa é a única arma para diminuirmos o número de pessoas infectadas e de mortes causadas pela COVID-19 (por Luciano Z. Goldani)

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Sul 21
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Ficar em casa: essa é a única arma para diminuirmos o número de pessoas infectadas e de mortes causadas pela COVID-19 (por Luciano Z. Goldani)
Ficar em casa: essa é a única arma para diminuirmos o número de pessoas infectadas e de mortes causadas pela COVID-19 (por Luciano Z. Goldani)
Cartaz de medida de prevenção sobre coronavírus na faculdade de arquitetura da UFRGS. Foto: Luiza Castro/Sul21

Luciano Z. Goldani (*)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a COVID-19 como emergência global de saúde pública. O Brasil apresenta um crescente aumento de casos com COVID-19 nos últimos dias. Foram confirmados 3.027 casos com 77 óbitos (27/03/20). No Rio Grande do Sul, já foram notificados 168 casos (27/03/20). Estamos com disseminação comunitária, na maioria das vezes por indivíduos assintomáticos, de um vírus altamente contagioso, sendo o número de casos não notificados de COVID-19 muito maior que o de notificados.

Nos países desenvolvidos, como Itália e EUA, que retardaram o processo de contenção pelo distanciamento social, os sistemas de saúde estão com muitas dificuldades para enfrentar essa pandemia. O crescimento do número de casos nesses países é assustador e não há mais leitos disponíveis em muitos hospitais e unidades de tratamento intensivo. Apesar de os idosos e imunocomprometidos serem o grupo de risco para desenvolverem doença grave, nos EUA aproximadamente 40% dos pacientes que necessitaram de hospitalização tinham entre 20 e 54 anos.

Como não temos vacina e nem tratamento específico comprovadamente efetivo, a prevenção é a principal medida de contenção da COVID19. Nesse sentido, o distanciamento social é a ferramenta não farmacológica mais eficaz para conter a disseminação do novo coronavírus. Apesar do impacto econômico que sofremos em decorrência dessa medida, ficar em casa, exceto para atividades essenciais, é a única arma para diminuirmos o número de pessoas infectadas e de óbitos pela COVID-19.

De acordo com a evolução da doença, novas medidas com maior ou menor restrição social poderão ser adotadas pelos órgãos de saúde. Este é um momento de grande responsabilidade social, não podemos relaxar, temos que ser firmes.

(*) Professor Titular de Infectologia da UFRGS e integrante do Comitê de Contingenciamento ao novo Coronavírus da Universidade

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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