Opinião
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3 de março de 2020
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10:55

A estiagem e a opção do governo mínimo (por Maister F. da Silva)

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A estiagem e a opção do governo mínimo (por Maister F. da Silva)
A estiagem e a opção do governo mínimo (por Maister F. da Silva)
Mais de cento e trinta municípios gaúchos já decretaram estado de emergência. Foto: MPA/Divulgação

Maister F. da Silva (*)

Mais de cento e trinta municípios gaúchos já decretaram estado de emergência em função dos prejuízos causados pela forte estiagem que atinge o estado. Bilhões de reais em prejuízo para a economia de milhares de famílias, safras comprometidas, falta de água potável para beber, animais emagrecendo por falta de água e alimentação, baixa capacidade da bacia leiteira, comprometimento da produção de alimentos pelos pequenos produtores e endividamento generalizado, são algumas das conseqüências diárias das famílias que vivem da produção agrícola.

A estiagem não é um fenômeno novo no estado, ela vem ocorrendo recorrentemente e em espaços cada vez mais curtos, todavia, essa que ora estamos vivenciando já configura-se em uma das mais danosas dos últimos anos e caso persista por mais um breve período deve remontar às de período mais longo que já enfrentamos e com maiores prejuízos para as famílias e para a economia do estado, essencialmente agrícola. Desde que começaram os alertas e pedidos de providência por parte das entidades representativas dos pequenos e grandes produtores, o governo do estado tem diagnosticado causas e efeitos, prospectado sobre ações futuras de enfrentamento, mas pouco, muito pouco tem feito de ação imediata para a resolução do problema.

Entidades como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) já denunciaram que a estiagem está comprometendo a produção de alimentos, que o alimento que chega à mesa do trabalhador gaúcho ficará mais caro e com menos qualidade. O o presidente da APROSOJA de Tupanciretã afirma que o prejuízo com a produção da soja deve ultrapassar os 11 bilhões, sem quantificar os prejuízos com o milho, cultura mais atingida no estado e a diminuição da produção de leite/dia. A falta de salvaguarda do estado trará conseqüências à médio e longo prazo extremamente difíceis de enfrentar, sobretudo, para as famílias camponesas e de agricultores familiares. É sabido que um prejuízo da magnitude que essa estiagem está impondo compromete o investimento futuro e conseqüentemente a capacidade produtiva, por pelo menos cinco anos.

O Governador Eduardo Leite até aqui têm se provado um gestor comum, pouco capacitado para governar um estado em grave crise econômica onde é necessário ao gestor ter sagacidade e prioridades que elevem o bem estar coletivo e a melhoria de vida do povo. A estiagem tem apresentado ao povo gaúcho um gestor que governou a cidade de Pelotas em período de bonança e que ao que parece não sabe conduzir a governança em períodos de adversidade. Até aqui, tem rezado a cartilha ultraliberal do estado mínimo de Paulo Guedes e transformou seu governo em governo mínimo, tão mínimo que a maioria do povo sequer sabe quem é seu secretariado.

(*) Graduando em Administração Sistemas e Serviços de Saúde da UERGS.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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