Opinião
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4 de fevereiro de 2020
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17:32

Só o fortalecimento dos sindicatos pode recuperar os direitos da classe trabalhadora (por Luis Henrique Chagas)

Por
Sul 21
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Reprodução/Facebook

Luis Henrique Chagas (*)

O ano de 2019 foi muito difícil para a maioria das categorias dos trabalhadores brasileiros. Apesar da mobilização das entidades sindicais e movimentos sociais, a Reforma da Previdência foi aprovada, retirando direitos conquistados ao longo de uma vida de trabalho e anos de luta.

Os sindicatos seguem denunciando a farsa que, assim como a Reforma Trabalhista, aprovada em 2018, veio somente para beneficiar o sistema financeiro e as grandes corporações.

Além disso, vivemos o enfraquecimento dos sindicatos com o objetivo de desestabilizar a classe trabalhadora. O resultado está nas ruas. Com o país mergulhado no desemprego, milhões de pessoas estão na informalidade. O Brasil bateu seu recorde de desigualdade econômica com os ricos ganhando 33,8 vezes mais que os pobres.

Nesse período, o Sindicato dos Metroviários do RS não baixou a guarda em nenhum instante, intensificando a luta para a manutenção dos direitos da classe e participando de todas as mobilizações chamadas pelas Centrais Sindicais.

O governo de Jair Bolsonaro, no entanto, segue seu projeto de entrega do patrimônio público ao capital internacional. Colocou a Trensurb na lista das privatizações, ameaçando nossos empregos e prejudicando milhares de usuários que utilizam esse transporte diariamente. Desde então, o Sindimetrô/RS já ingressou com ações no Ministério Público, no Tribunal de Contas da União e na Justiça Federal e participa de vários debates sobre o tema. Também lançou uma forte campanha de mídia, com o objetivo de esclarecer a população sobre os perigos de vender o trem.

Neste ano, os governos aprofundarão o projeto de sucateamento das estatais com o propósito de entregá-las à iniciativa privada. Só com a reorganização dos trabalhadores nos sindicatos é que recuperaremos nossa força, para mudar esse cenário de tragédia social. À elite e aos governos que a servem, interessa que estejamos desarticulados. Ao funcionalismo público e aos trabalhadores da iniciativa privada, que estão no andar de baixo, não há outra saída, senão a unidade de ação.

Em mobilização constante, foi assim que os metroviários se mantiveram em 2019 e será assim enquanto o governo Bolsonaro representar uma ameaça aos trabalhadores.

(*) Metroviário e presidente do Sindimetrô/RS

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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