Opinião
|
10 de fevereiro de 2020
|
15:24

MAB retoma campanha nacional ‘O preço da luz é um roubo’ (por Movimento dos Atingidos por Barragens)

Por
Sul 21
[email protected]
MAB retoma campanha nacional ‘O preço da luz é um roubo’ (por Movimento dos Atingidos por Barragens)
MAB retoma campanha nacional ‘O preço da luz é um roubo’ (por Movimento dos Atingidos por Barragens)
Charge: Latuff (Divulgação/MAB)

Movimento dos Atingidos por Barragens (*)

A população brasileira não suporta mais pagar injustamente tarifas tão altas de energia elétrica. Por conta disso, o Movimento dos Atingidos por Barragens retoma, em todo o território nacional, a luta para denunciar que: o preço da luz é um roubo.

A situação atual revela que as tarifas de energia elétrica praticadas aos consumidores residenciais estão em um patamar escandaloso. O objetivo da campanha é denunciar as altas tarifas e também combater novos aumentos.

Além do alto preço cobrado das residências, grandes aumentos ainda serão aplicados no próximo período. Se concretizada, a privatização da Eletrobrás vai causar elevação de cerca de 20% em todas as contas de luz.

O governo Bolsonaro está com um projeto para privatizar a empresa estatal Eletrobrás e, com isso, vai permitir que as 48 hidrelétricas revejam suas tarifas e passem a cobrar mais caro. Atualmente, dezenas dessas usinas vendem energia por R$ 50/1.000 kWh. Após a privatização, o governo vai liberar para que seja cobrado o chamado “preço de mercado” na faixa de R$ 250/1.000 kWh. Este aumento será repassado nas contas de luz da população.

Aos agricultores, o fim dos subsídios causará aumentos acima de 40% nos próximos cinco anos. O governo já autorizou o aumento da luz a todos os 4,5 milhões de consumidores rurais. A medida entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2019. Com isso, os agricultores serão obrigados a pagar o mesmo patamar de tarifa dos consumidores urbanos.

Em dezembro de 2018, antes da medida entrar em vigor, uma família rural pagava em média 60% (R$ 483/1.000 kWh) quando comparado com a tarifa urbana que situava-se em torno de R$ 800/1.000 kWh. Com a retirada total do subsídio, haverá impacto também no aumento do preço dos alimentos ao povo da cidade.

Outra medida que está na mira do governo e das empresas de energia é o fim da Tarifa Social de Energia Elétrica para os consumidores de baixa renda. Esse plano ainda não entrou em vigor, mas é uma das principais reivindicações das empresas e o Ministério de Minas e Energia já sinalizou que pretende acabar com todos os subsídios. Se isso acontecer, cerca de 9 milhões de famílias em todo território serão afetadas.

Diante do grande impacto no bolso da população, para lutar contra esses abusos e não deixar que a conta de luz aumente ainda mais, o MAB retoma a campanha nacional “O preço da luz é um roubo”. O movimento está debatendo e coletando “autodeclarações” contrárias aos aumentos e retiradas de subsídios, e organizando mobilizações conjuntas em todos estados.

ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS!

(*) Artigo produzido pelo setor de Comunicação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

§§§

As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora