Alex Cardoso (*)
O amor por Porto Alegre passa por dentro do Paço Municipal, sendo fundamental cessar este ciclo de governos direitosos, autoritários, excludentes, desumanos, tendo a retomada da cidade por governos progressistas que possam realinhar mais uma vez nossa cidade como referência mundial de participação, de democracia, de inclusão social, defesa do meio ambiente e dos direitos sociais. Precisamos de uma cidade mais humana e para isso, passando pelo desafio da construção da unidade das esquerdas.
Enquanto que para alguns, a Unidade da Esquerda é uma unidade de partidos, uma aspiração política, apenas uma tática para vencer eleições, longe ainda de se concretizar, principalmente porque os partidos políticos PT, PCdoB e Psol demoram-se para reuniram-se oficialmente, sendo quase impossível uma ampliação com PDT e PSB, para o qual os partidos teriam que despender uma enorme engenharia política, para outros, longe de ser apenas tática e aspiração política, a unidade da esquerda é acima de tudo um caso de sobrevivência.
Internamente nos partidos há inúmeras disputas e posições políticas, o que é muito sadio, principalmente em momentos como este, de falta de democracia. Há aqueles que não abrem mão do simbólico cargo de vice-prefeito e para isso, colocando em sua conta e risco novamente a disputa eleitoral entre esquerdas e eminentemente mais uma possível derrota.
Há também aqueles que pensam que, para vencer as eleições, a unidade da esquerda tem que ser maior, se diminuindo taticamente a força em cima de partidos para favorecer a unidade, acima de nomes, de cargos, unindo movimentos sociais, sindicatos, organizações da sociedade civil, militantes sociais, ativistas, agentes mobilizados das periferias e excluídos da cidade, configurando como uma Unidade entre Esquerdas, para além de partidos políticos, o que significaria de fato uma retomada da cidade perdida de Porto Alegre.
A retomada de Porto Alegre passa de qualquer forma por esta unidade entre esquerdas, por isso movimentos sociais começam a se articular para dar celeridade e pressionar para que haja decisões nos partidos, para coletivamente definir sobre os nomes, projetos, programas e principalmente o planejamento de mobilização social para vencer as eleições e fortalecer este amor por Porto Alegre, sem jamais perder cada um seu protagonismo.
(*) Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis da Cavalhada – ASCAT, da Central de Cooperativas de Catadores de Porto Alegre e Região Metropolitana – Rede CATAPOA, e integrante da Equipe de Articulação Movimento Nacional das Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR.
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