Opinião
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20 de janeiro de 2020
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12:53

Reflexão sobre o tema da unidade da esquerda em Porto Alegre (por Olívio Dutra)

Por
Sul 21
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Reflexão sobre o tema da unidade da esquerda em Porto Alegre (por Olívio Dutra)
Reflexão sobre o tema da unidade da esquerda em Porto Alegre (por Olívio Dutra)
Olívio Dutra. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Olívio Dutra (*)

A esquerda deve construir um programa de ação unitária em defesa da Democracia, pensando a cidade que já governou, a cidade que temos e a que o povo precisa, o Rio Grande do Sul, o Brasil e o mundo no momento em que a barbárie do globalismo neoliberal fomenta ódios, preconceitos e violências contra o ser humano e a mãe natureza.

O conjunto de movimentos, forças políticas, partidos e individualidades que nos reivindicamos da esquerda e do socialismo democrático, temos pela frente, mais uma vez, e de forma mais dramática, o desafio de construir, no respeito à história de cada um e de todos, sem retóricas, quizilias, vaidades e preconceitos, a unidade necessária para enfrentamentos com o projeto neoliberal não só em episódios eleitorais do presente mas para nos conduzirmos com consistência maior e vínculos populares reais na luta renhida e, certamente, de largo prazo, pelo resgate da DEMOCRACIA e de seu aperfeiçoamento contínuo através da crescente e consciente participação popular.

Neste momento iniciante e muito importante do diálogo entre todos os partidos, movimentos e forças de esquerda e do humanismo militante em POA, penso ser, no mínimo, equivocado ventilar-se a exclusão do PT da chapa majoritária, até porque é incipiente essa discussão no interior e na base petista. Entendo que é uma postura de humildade na grandeza, sem falsa modéstia do Partido, compartilhar de uma chapa, afinada programaticamente, encabeçada pela companheira/camarada Manuela(PCdoB).

O PT, mesmo na adversidade, é referência em milhares de corações e mentes de portoalegrenses, tem, sem arrogância, legitimidade, dignidade e direito, com todo o respeito ao PSOL e aos seus valorosos quadros de direção e de base, compor a chapa majoritária. É o PT que deve, nesse processo e pelas suas instâncias, indicar o/a vice na chapa.

Entendo que o companheiro Miguel Rossetto é grande e qualificado quadro da Esquerda e do PT para assumir esse compromisso em nome de um projeto e conduta compartilhada, responsável, séria e democrática na sua execução. Se o Partido, no entanto, escolher outro nome dos seus quadros, estarei da mesma forma e disposição militando na campanha pela Manuela D’Ávila prefeita, com o PT de vice, em defesa da humanização da cidade, do seu desenvolvimento integrado e integrador, da sua cultura, seu patrimônio ambiental e histórico, da participação popular e cidadã, da desconcentração da renda e da geração de empregos, do direito de sonhar com Liberdade, Igualdade e Fraternidade e lutar para torná-los realidade.

PAZ E DEMOCRACIA!

(*) Olívio Dutra foi prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul e ministro das Cidades.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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