Opinião
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31 de janeiro de 2020
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18:31

Carta à esquerda de Porto Alegre: um chamado à unidade (por Executiva do PT de Porto Alegre)

Por
Sul 21
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Carta à esquerda de Porto Alegre: um chamado à unidade (por Executiva do PT de Porto Alegre)
Carta à esquerda de Porto Alegre: um chamado à unidade (por Executiva do PT de Porto Alegre)
Prefeitura de Porto Alegre. Foto: Luiza Castro/Sul21

Executiva Municipal do PT de Porto Alegre

O Partido dos Trabalhadores, compreendendo seu papel na construção da unidade do campo de esquerda em Porto Alegre vem, através desta carta, reafirmar a necessidade do esforço de diálogo por uma estratégia comum.

Sabemos que o povo trabalhador da nossa capital é quem mais sofre com o atual cenário. Os governos Bolsonaro, Leite e Marchezan tem total alinhamento na defesa de políticas neoliberais radicais de aplicação do Estado mínimo, onde os retrocessos sociais e econômicos, principalmente para as populações mais pobres, assumem feições dramáticas.

A cada ação, Marchezan aprofunda as desigualdades sociais e a vulnerabilidade dos trabalhadores em nossa cidade. A atual administração municipal segue o modelo ultraconservador, buscando transformar tudo o que é público em privado, precarizando direitos da população e estabelecendo uma disputa cultural através da disseminação do ódio contra a esquerda, os sindicatos, os movimentos populares, as comunidades periféricas e a diversidade em geral.

Enquanto isso, vemos por todos os lados obras paradas, perseguição ao serviço público, parcelamento de salários, abandono da manutenção de vias, parques e praças, sucateamento do sistema de abastecimento de água, ataques à saúde, à cultura e outros setores. Nunca o descaso da prefeitura com a cidade foi tão grande como nesta gestão e nossa cidade nunca esteve tão entristecida como nestes anos.

Diante desse cenário não há alternativa para o nosso campo senão reconhecer na derrota de Marchezan e das demais candidaturas que possam surgir com a mesma orientação política, a primeira e central vitória a ser perseguida.

Nesse sentido, desde o início de 2019 não temos medido esforços pela construção da unidade do campo de esquerda em nossa cidade, o que pode ser constatado não apenas pela insistência com que temos defendido diuturnamente a construção de uma mesa dos partidos do campo, mas também pelo reconhecimento público que já fizemos do papel protagonista que a companheira Manuela Dávila, do PCdoB, vem desempenhando na construção da unidade da esquerda em nossa cidade com a apresentação do Congresso do Povo, assim como fomos, até agora, o único partido a não indicar eventuais nomes para composição desta chapa.

Pela tradição democrática da vida interna do PT, iniciamos neste mês de janeiro um processo de debates internos cujo objetivo é, entre outros, extrair das fileiras do PT o nome que logo pretendemos oferecer ao campo, para que junte-se às lideranças que já foram oficializadas pelos demais partidos como suas escolhas para a disputa eleitoral de 2020, mais uma vez reforçando nosso compromisso com o campo e com a construção da unidade.

Para derrotar a agenda de retrocessos civilizatórios de Bolsonaro, Leite e Marchezan é necessária uma frente de atuação permanente envolvendo partidos e movimentos populares, uma frente tanto de resistência quanto de construção de um programa democrático e popular a partir do amplo debate com o conjunto da população, desde os mais diversos territórios da cidade. Deve ir além do âmbito das alianças eleitorais, respeitando o tempo e a tática de cada partido e movimento no processo.

Entretanto, temos a convicção de que a unidade é o caminho a ser trilhado também com a melhor tática eleitoral para o período. Nesse sentido, reiteramos e renovamos nossos apelos e convites para que, além do PT e do PCdoB, venham também o PSOL, o PDT, o PSB, o PCB, o PSTU, o PCO e a UP para o diálogo de construção de uma mesa comum destes partidos em nossa cidade, em um ambiente de respeito e diálogo, visando a elaboração de um projeto alternativo que ofereça um novo caminho para a nossa cidade e que se traduza em alternativa eleitoral visando derrotar o projeto em curso na cidade, reconquistando Porto Alegre para a democracia e a justiça social.

(*) Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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