Waldir José Bohn Gass (*)
Como gentilmente me são sempre enviadas as mensagens deste mandato, gostaria de dar a minha humilde opinião, por todo apreço que tenho pela tua militância e a do teu Partido, como citas com orgulho no teu texto (Unidade não é adesismo: os mesmos métodos levam aos mesmos resultados), publicado no Sul21.
Tenho pleno acordo com as propostas que “Porto Alegre precisa”, lembrando, com emoção, o quanto essa Cidade já viveu experiências de intenso PROTAGONISMO dos “JOÃOS e das MARIAS”, que para Marchezan não têm as condições para decidir sobre sua cidade. (Sabemos que, na prática, essa opinião do prefeito esconde seus interesses de classe).
Experiência que em pleno período de cruel implantação do neoliberalismo aqui no Brasil, sob o Governos dos Fernandos (Collor e Cardoso), cavou uma trincheira de resistência, mostrando na prática quão criminosa é a proposta do Estado Mínimo e como a PARTICIPAÇÃO DIRETA da população inverte prioridades e impulsiona inusitadas melhorias na vida de todos e todas, sem falar que é o melhor mecanismo de combate ao desperdício e à corrupção.
Retomar essa experiência e ajudar a construir um salto de qualidade que combine as ações nesta institucionalidade burguesa com o empoderamento popular para a grande luta contra o capitalismo, que assume o fascismo como a sua forma mais nua, sem vergonha, mais opressiva e mais traiçoeira, creio ser o desafio intransferível desta hora histórica de nosso país.
Também concordo que as eleições deste ano são fundamentais nesse processo, onde a unidade entre todos os SUJEITOS, sejam Partidos ou não, de um campo que pode construir um PROJETO ALTERNATIVO, politicamente democrático, socialmente justo e ecologicamente sustentável, ao que vem sendo implementado neste país e com o qual se alinham os Governos estadual e municipal, é mais do que importante: é mesmo necessária para organizar a resistência e reorganizar a ofensiva contra a tirania do capital.
Foi e está sendo esta consciência que vem impulsionando FRENTES DE LUTA por toda parte e em todas as áreas. A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo são frutos concretos desse processo, dentro do qual nasceu a generosa proposta do Congresso do Povo Brasileiro, que não pode transformar-se num grande Comitê Popular de campanha, pois as eleições são tão somente parte da luta maior, em que a ORGANIZAÇÃO DO PODER POPULAR é o centro de tudo, antes, durante e depois das eleições.
Também não vejo nenhum problema, Fernanda, que cada integrante de qualquer Frente coloque na roda os seus melhores quadros, até porque a sua força é muito mais do que a chapa majoritária, onde todos e todas são SUJEITOS FUNDAMENTAIS, independente do espaço que ocupam na sua organização, mas todos e todas se orientando por um PROGRAMA conjuntamente construído, muito antes da definição dos nomes.
De todo coração, estou na torcida e farei o que puder para fazer com que sejam mobilizadas todas as forças que se chocam com esse projeto tirano e opressor, que vem desmontando todas as Políticas Públicas, que ajudam a garantir Direitos tão duramente conquistados e que vêm sendo desmontados com muita crueldade e uma profundidade sem par.
Desejo demais que tanto nossos Governos como nossos Partidos sejam instrumentos indispensáveis de emancipação, porém com a expressa condição de que permitam, favoreçam e estimulem a atividade e a organização diretas da população por si mesma. Se as freiam, as obstaculizam ou as impedem, nossos Governos e nossos Partidos e mesmo qualquer organização social, deixam de ser instrumentos válidos ou úteis.
(*) Militante do Movimento Comunitário
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