Marcelo Sgarbossa (*)
A todo momento, e por todos os lugares que andamos, temos ouvido e debatido a fundo o momento histórico que vivemos. É fácil perceber que a nossa democracia foi golpeada e segue sendo atacada pelo fascismo que está no poder. Logicamente, é necessária a criação de frentes democráticas/progressistas. No caso de Porto Alegre, também se impõe a unidade da esquerda. É isso que queremos abordar e fazer um chamamento pela união com este texto.
O debate que tem sido feito pela mídia e nas redes sociais, na esteira de uma verdadeira doença social pós-moderna, se restringe à presença virtual. Como resultado, temos o aprofundamento das diferenças entre os partidos de esquerda, quando poderíamos estar juntos, conversando sobre o que nos une e sobre a tarefa conjunta que temos pela frente.
Tem surgindo então um aparente limitador da união das esquerdas: a composição da chapa majoritária para disputar as eleições de outubro. Quem será candidata/o a prefeita/o, quem será o/a vice? Até podemos aceitar que, ao final de um processo de negociação, a união entre PT, PCdoB e PSOL não aconteça caso não se encontre saída para este impasse. Mas não é o caso!
Ao contrário do que se possa imaginar, mais de um ano depois da eleição presidencial, não houve nenhuma reunião unicamente com representantes desses três partidos até agora. É bom repetir: nenhuma! Portanto, não estamos no fim das negociações. Elas sequer começaram. As conversas têm que iniciar já. Essa é nossa posição!
A palavra “reunião” aqui não se refere àqueles encontros protocolares que geram fotos para a imprensa e redes sociais. É imprescindível reunir legítimos representantes partidários numa mesma sala, pessoas que tenham legitimidade dentro dos partidos para ajustar as diferenças em nome de algo maior. A unidade da esquerda será construída quando desfrutarmos de um grau de confiança mútua, a ponto de que se possam dizer coisas e divergir livremente, sem receios e sem mágoas. A história assim nos exige.
Então, se nos perguntam qual a nossa posição sobre o tema da chapa majoritária, podemos dizer em alto e bom tom: nós queremos – e o povo de Porto Alegre e do Brasil precisa – que estejamos juntos para ganhar as eleições. Pela abertura do diálogo já!
(*) Vereador do PT em Porto Alegre
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