Mauro Zacher (*)
A cidade da propaganda oficial do governo Marchezan contrasta com a que vivemos. A real está longe da estampada nas páginas de jornais, nas telas das tevês e nos spots de rádio, pagos com os mesmos recursos públicos que o prefeito dizia faltar para qualificar os serviços aos cidadãos.
Marchezan errou e errou feio. Prometeu soluções fáceis para problemas complexos e, ao invés da gestão inovadora que apresentou na campanha marcou sua gestão com as mais velhas práticas da política brasileira a começar pelo aumento de impostos.
Elevou o IPTU a um patamar que, se não sentido agora, irá elevar Porto Alegre a capital com o tributo mais caro do país. E isso será percebido nos próximos cinco anos, quando teremos reajustes com índices acima da inflação.
Deixou faltar água nas periferias, elemento básico para a dignidade das pessoas. E não foi por falta de aviso, pois denuncio o sucateamento do DMAE desde o ano passado. Mal chegou o verão e as torneiras já estão secas, em bairros como a Lomba do Pinheiro, Campo Novo, Mário Quintana, Jardim Carvalho e outros.
Pecou ao não propor uma mudança radical ao caro e ineficiente Transporte público de Porto Alegre, cujas soluções vão além da retirada de cobradores para qualificar um sistema que hoje não está apto a receber turistas, quanto muito atender a demanda interna da cidade.
Mas o ponto alto está na sua incapacidade de ouvir e dialogar. Isso fez diversos secretários deixarem o governo e culminou, agora, no rompimento com o vice-prefeito, que se vê obrigado a recorrer à Justiça para garantir infraestrutura para o seu gabinete.
Certamente essa não é uma Porto Alegre pra frente. É uma Porto Alegre decepcionada, levada ao seu maior erro pelo discurso fácil de mudança entoado na campanha e que, de fato, não aconteceu.
(*) Vereador do PDT ([email protected])
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