Opinião
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12 de dezembro de 2019
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13:25

Escurecendo lugares e iluminando pensamentos: I Novembro Negro da UERGS (por Coletivo Djamila Ribeiro)

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Sul 21
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Escurecendo lugares e iluminando pensamentos: I Novembro Negro da UERGS (por Coletivo Djamila Ribeiro)
Escurecendo lugares e iluminando pensamentos: I Novembro Negro da UERGS (por Coletivo Djamila Ribeiro)
De 1° a 29 de Novembro foram realizadas atividades que deram voz à Negritude tão silenciada no meio acadêmico. (Foto: Divulgação)

Coletivo Djamila Ribeiro (*)

A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul viveu o mês de Novembro de forma intensa e necessária. De 1° a 29 de Novembro foram realizadas atividades que deram voz à Negritude tão silenciada no meio acadêmico.  Rodas de conversa, Palestras, Oficinas e intervenções artísticas pensadas para a comunidade negra, aproximaram pretas e pretos que normalmente não se notam por estarem envolvidos em seus cursos e também por não se sentirem representados nesse espaço. Sobre as rodas de conversa, pode-se dizer que parte das reflexões seguiram latejando após o término do evento. Você já perguntou por que o 20 de Novembro é tão importante para o povo negro? Quais as demandas da negritude LGBTQ? Por que a cultura do embranquecimento ainda é disseminada? Qual o verdadeiro conceito de lugar de fala? Quais as dificuldades de pretas e pretos no mercado de trabalho? Por que mesmo o Racismo sendo crime ainda não conseguimos combatê-lo?

Debater e refletir sobre essas rachaduras que só fazem por colocar o negro à margem da sociedade é extremamente importante para nós e para comunidade acadêmica. Por ser um evento de longa duração, organizado pelos alunos, sem investimentos, é válido afirmar o quanto se ganha e o quanto se dar. Ver a adesão, a participação dos pretos, conhecer pretos que estão em posições poder e que proporcionam oportunidades para outros pretos nos provou o quanto podemos e o verdadeiro conceito de empoderamento.

Agradecemos aos encontros e parcerias, aos paletrantes: Brenda Wetter Ipé da Silva , Carla Padilha, Celso Procópio, Edu Pacheco, Giselle Araújo, Glória Crystal, Jonas Bohrer, Letícia Guimarães, Mariana Ribeiro, Nina Fola, Percila Silveira de Almeida e Sérgio Nunes. E aos oficineiros: Anderson Andrade, Allysson Gomes, Camila Padilha, Jhozy Azeredo, agradecemos a todos pelos conhecimentos e saberes compartilhados, temos muito orgulho de vocês e desejamos ainda mais sucesso em suas caminhadas. Aos amigos: Bruno de Sena, Bruno Martins, Diego Françoes, Emilene Gonçalves Teixeira, Mariana Paim Noronha e Natalie Rodrigues que lutaram conosco, acreditaram mesmo com alguns dizendo ser impossível, prova de que quando sabemos pelo quê estamos lutando a força e a coragem são infinitas e nos guiam à chegada.

Sobre o Coletivo Djamila Ribeiro, com apenas 7 meses de fundação, com a bênção de nossa Patrona Djamila Ribeiro, iniciamos o movimento na UERGS para nos apoiarmos, resistirmos e para diminuir a evasão dos alunos negros.

Estamos no começo de um caminho novo, mas que já nos proporcionou algumas vitórias, como o I Novembro Negro da UERGS, o Brechó Pérola Negra que foi divulgado com um lindo Desfile no encerramento do evento, os Minicursos que continuaremos em Março de 2020, a ida ao Campus IFRS de Alvorada para uma roda de conversa com o Coletivo Mariele Franco e nossa primeira publicação em um veículo de comunicação.

Encerramos 2019 felizes e preparados para continuarmos nossa trajetória, há muito para ser feito, conquistado e como diz Djamila Ribeiro no encerramento de seu livro Quem tem Medo do Feminismo Negro? “Basta! Já passou da hora…” é hora da Negritude falar, escute!!!

(*) Coletivo Djamila Ribeiro ([email protected] / @coletivo_djamila / Facebook ColetivoDR)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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