Opinião
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14 de outubro de 2019
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10:05

O PT e a unidade da esquerda em Porto Alegre (por Jeferson Miola)

Por
Sul 21
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O PT e a unidade da esquerda em Porto Alegre (por Jeferson Miola)
O PT e a unidade da esquerda em Porto Alegre (por Jeferson Miola)
Foto: Marco Weissheimer/Sul21

Jeferson Miola (*)

Manuela D’Ávila (PCdoB) desponta como a candidata do bloco progressista e de esquerda em melhores condições de representar o programa que conecta Porto Alegre com os ideais de participação, igualdade, inclusão e solidariedade social.

As pesquisas sobre o cenário eleitoral de 2020 predizem isso. E Manuela transmite disposição e compromisso para liderar a empreitada.

Manuela possui o talento e a experiência que alentam a esperança em tempos pós-neoliberais de conquistas e reconquistas democráticas e populares na capital gaúcha.

A sedimentação da candidatura Manuela dá fluidez ao diálogo construtivo entre partidos, movimentos sociais e setores acadêmicos e intelectuais da cidade para encontrar a estratégia eleitoral capaz de interromper o ciclo de retrocessos e políticas catastróficas impostas pelo PSDB do prefeito Marchezan Júnior e partidos aliados.

É neste contexto que o PT debate a hipótese de abdicar da postulação da cabeça de chapa da candidatura que representará o bloco de esquerda na eleição de 2020 para colocar-se à disposição para ocupar a vaga de vice.

A defesa de candidatura própria seria uma postulação natural e legítima do PT, o maior partido da esquerda brasileira e gaúcha e aquele partido que liderou a rica experiência de governar Porto Alegre por 16 anos consecutivos invertendo prioridades e modernizando a cidade por meio do processo de democracia participativa.

Porto Alegre aprendeu, com os governos populares, que é possível se conectar com o futuro pós-neoliberal e pós-capitalista; aprendeu que existe vida melhor e digna para além do capitalismo.

É com esta credencial de partido que liderou momentos marcantes na trajetória da esquerda porto-alegrense que o PT atualiza sua perspectiva histórica para apoiar Manuela.

Essa escolha traduz a prioridade estratégica em construir a unidade progressista e de esquerda para derrotar o bloco formado pelo MDB, PP, PTB, PSD, DEM, PSDB e demais siglas conservadoras e reacionárias que sustentam o bolsonarismo e suas políticas nefastas nos níveis federal, estadual e municipal de governo.

O PT não manteria sua responsabilidade com o povo de Porto Alegre se não compusesse nominalmente a candidatura do bloco de esquerda.

O capital político e eleitoral do PT, evidenciado na sua numerosa e combativa militância, no enraizamento social e no tempo disponível de propaganda no rádio e na TV, tem de ser hipotecado plenamente no esforço para eleger Manuela.

Seria contraproducente, além de contraditório com a prioridade de recuperar as políticas libertárias e humanistas para a cidade, o PT ficar de fora da chapa majoritária. Neste cenário impensável, as chances eleitorais da Manuela inclusive ficariam diminuídas.

O povo de Porto Alegre não está condenado a padecer das políticas excludentes e destrutivas do bolsonarismo, que no RS e em Porto Alegre se faz representar nos governos tucanos de Eduardo Leite e Marchezan Júnior.

A esquerda está diante da responsabilidade superior e urgente de deter a barbárie que extermina pobres, dilapida o patrimônio público, destrói o Estado e extingue direitos sociais para transferir maciçamente renda pública para grupos privados nacionais e estrangeiros.

A esquerda estará à altura dessa desafiadora tarefa histórica se construir a unidade com base na dedicação da melhor energia política, partidária e social que os partidos de esquerda e progressistas e os movimentos sociais podem aportar para a vitória da Manuela.

(*) Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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