Opinião
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22 de agosto de 2019
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17:41

500 dias de injustiça (por Henrique Fontana)

Por
Sul 21
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500 dias de injustiça (por Henrique Fontana)
500 dias de injustiça (por Henrique Fontana)
Fotos: Guilherme Santos/Sul21

 Henrique Fontana (*) 

Completam-se 500 dias da prisão de Lula e cada vez menos brasileiros têm dúvida de que ele foi preso para ser retirado do processo eleitoral, pois se concorresse provavelmente venceria as eleições. A maioria dos brasileiros já sabe que a condenação de Lula fora feita sem provas, como reconheceu à época o procurador Deltan Dallagnol, e baseado em fato indeterminado, conforme a sentença do ex-juiz Sergio Moro.

Acompanhamos todo o processo em que a defesa foi cerceada de todas as formas, inclusive com a escuta ilegal dos telefones dos advogados de Lula. Assistimos aos vazamentos ilegais providenciados pelo então juiz para atingir a figura do presidente.

Agora, através das informações divulgadas pelo site The Intercept, temos a anatomia detalhada de toda a manipulação promovida por Moro e Dallagnol fora da lei, evidenciando que a condenação de Lula não foi apenas uma profunda injustiça contra um presidente que promoveu uma das maiores transformações da história do nosso país – hoje, infelizmente, em rápido processo de reversão por parte do atual Governo. Lula, na verdade, foi vítima de uma grande conspiração que pretendeu tirá-lo da cena política para facilitar a eleição dos que hoje estão entregando as riquezas do país, promovendo uma acelerada concentração de renda às custas do empobrecimento do povo e esvaziando a cultura, a educação, a pesquisa, o conhecimento, os direitos de cidadania, enfim, tudo que uma Nação promove para se tornar altiva e independente.

Moro agiu politicamente quando condenou Lula sem provas, quando determinou uma condução coercitiva com o objetivo de enfraquecer a figura do presidente, quando determinou a prisão em segunda instância contrariando a Constituição Federal. Agiu partidariamente quando combinou com a acusação estratégias, quando sugeriu ritmos de ações, quando indicou testemunhas, quando promoveu vazamentos de delações que sequer haviam sido homologadas pela Justiça em momentos estratégicos da campanha eleitoral.

Seguiremos trabalhando para que a verdade se restabeleça. Se houver algum resquício de Justiça neste país, Lula estará livre em breve e, quando o processo chegar à Suprema Corte, ele será anulado por sua inconsistência, pela suspeição do então juiz e pelas comprovadas ilegalidades que ele contém.

(*) Deputado federal (PT-RS).

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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