Opinião
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26 de maio de 2019
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23:00

Política com “P” de Povo (por María Alejandra Díaz)

Por
Sul 21
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Política com “P” de Povo (por María Alejandra Díaz)
Política com “P” de Povo (por María Alejandra Díaz)
Hugo Chávez. (Foto: Divulgação)

María Alejandra Díaz (*)

Antecedendo a ascensão do Comandante Hugo Chávez ao poder na Venezuela, os objetivos da política foram, fundamental e prioritariamente, lograr a preservação do regime democrático (democracia representativa). A liderança política dessa época, habilmente aliada com uma elite econômica sagaz, conseguiu ganhar a confiança das massas e gozar de uma ampla liberdade de manobra para fazer frente às situações difíceis.

Essa situação mudou radicalmente em 1989 quando o Povo venezuelano, protagonista da primeira revolta popular contra o neoliberalismo no século XX, mostrou ao mundo que a forma clientelista de fazer política, ausente e de costas ao povo, era impossível de se sustentar no tempo.

Os cérebros do neoliberalismo já tinham decretado o Fim da História e a morte da política, após cair em desgraça o modelo político prevalecente na Venezuela. Chávez emerge quando a escola neoliberal impunha seu dogma tecnocrático (antípolítica) em todo o mundo, baseado no discurso economicista da eficiência na administração de recursos. Seu objetivo era nos fazer acreditar que os problemas sociais, econômicos e políticos podiam ser resolvidos desde o paradigma da racionalidade instrumental, baseada em princípios de eficiência, eficácia e otimização de recursos.

Chávez resgata o conceito e a práxis política com P Maiúsculo, com P de Povo, com P de Pátria.

Ao preencher de conteúdo real e popular a democracia e a política, Chávez desenvolve e impulsiona um novo modelo democrático, participativo e protagônico. Era sua resposta ao chamado do momento, à necessidade e ao requerimento histórico da aparição e visibilidade do povo, o único protagonista diário do poder de gestão. Ele fez isso confiando nos poderes criadores do poder constituinte, capaz de fundar o novo desde sim mesmo, nunca desde o outro.

Assim, Chávez transformou a política em exercício diário de criação coletiva livre, soberana e independente de qualquer domínio externo ou interno.

(*) Advogada constitucionalista venezuelana, integrante da Assembleia Nacional Constituinte (ANC).

Tradução: Anisio Pires

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.

 


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