Opinião
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18 de maio de 2019
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12:00

Educação: o preço da omissão (por Amarildo Cenci)

Por
Sul 21
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Educação: o preço da omissão (por Amarildo Cenci)
Educação: o preço da omissão (por Amarildo Cenci)
Amarildo Cenci (Divulgação)

Amarildo Cenci (*)

É senso comum que a educação é um bem precioso, a ser protegido e estimulado. Diariamente, nossas famílias passam por enormes privações para que os filhos estudem, pois sabem que educar é investir no futuro. Como professor, já ouvi muitos estudantes e pais afirmarem que a educação é a salvação e sem ela jamais teremos um país desenvolvido.

Em 2016, após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional 95 que congela por 20 anos os recursos do orçamento público para a educação, saúde e segurança. Dias atrás, o governo Bolsonaro, através do Decreto 9.741, bloqueou R$ 29 bilhões do orçamento federal. A educação foi a mais afetada e perdeu R$ 5 bilhões de um montante que já vinha sendo contingenciado nos últimos dois anos. Agora, o governo autorizou um corte de 30% no orçamento das universidades e dos institutos federais.

Atacar a educação pública e massacrar professores virou moda. Espalha-se pelo país um certo tipo de governante obstinado em cortar recursos da educação. Professores são vistos como inimigos que devem ser humilhados com baixos salários, atrasos nos vencimentos e rebaixamento de direitos, além de pretender tutelar sua profissão.

Nos últimos meses, a fábrica de fake news, alimentada por fantasmas que circundam o centro do poder, empenha-se em taxar as universidades públicas em espaços de balbúrdia. Em um país com enormes carências na área da educação, o que se ouve é escolas públicas sendo fechadas e universidades e institutos federais ameaçados de não conseguirem quitar as contas de água e de energia elétrica.

Esses governantes, hábeis na arte de esconder os seus propósitos, deixam de ser mandatários do povo e se transformam em defensores dos interesses do capital financeiro. Tudo fazem para tirar dos mais pobres e vulneráveis e transferir para os já endinheirados que se locupletam com a dívida pública.

Milhares de professores e estudantes estão tomando as ruas e nos instigam a refletir sobre o futuro da educação. Em um momento tão dramático, o preço da omissão é o fortalecimento de quem quer impedir que a educação seja ferramenta de emancipação e desenvolvimento econômico e social.

(*) Professor, diretor do Sinpro-RS e secretário-geral adjunto da CUT-RS. E-mail: [email protected]

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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