Opinião
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24 de março de 2019
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13:46

No aniversário de Porto Alegre, não temos nada para comemorar (por Silvana Conti)

Por
Sul 21
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No aniversário de Porto Alegre, não temos nada para comemorar (por Silvana Conti)
No aniversário de Porto Alegre, não temos nada para comemorar (por Silvana Conti)
Silvana Conti (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Silvana Conti (*)

Quando o Prefeito ataca os direitos dos(as) municipários(as), é Porto Alegre que sai perdendo!

Estamos próximas(os) do aniversário de Porto Alegre, e também do desmonte do serviço público de qualidade, não temos nada para comemorar.

O prefeito eleito em 2016, Nelson Marchezan Júnior, ataca violentamente todas as políticas públicas da cidade, tendo iniciado pelo fim da gestão democrática na educação, logo em seguida com a precarização da Fasc, da Saúde, fim da SME e inúmeros ataques ao DMAE e as demais secretarias e autarquias.

Marchezan, Eduardo Leite e Bolsonaro, representam as gestões que são amigas dos grandes empresários e do capital financeiro, portanto, inimigas do povo, cumprindo uma agenda ultraliberal, privatista, antinacional e antidemocrática, que é nociva para a população de Porto Alegre, do RS e do Brasil.

Vivemos uma conjuntura em que a classe trabalhadora vem sendo atacada de diversas formas. Sendo pelo limite de gastos, inclusive com pessoal (EC 95/2016), pelo ataque ao direito de greve (PLS 710/2011), a terceirização da atividade fim, sucateamento e tentativa de destruição do serviço público de qualidade, ataque aos direitos e carreiras dos(as) servidores(as) públicos, e a saga incansável desde Temer de transformar o país numa nação de miseráveis e trabalhadores(as) sem direitos, com as reformas trabalhista e da Previdência.

Na nossa cidade, o prefeito fala para a população que não tem dinheiro, que existe um rombo no cofre, e que nós servidores e servidoras temos privilégios. Uma grande mentira comprovada pelo portal da transparência, pelo Tribunal de Contas e pelos dados do Dieese.

Porto Alegre está abaixo do limite previsto na lei de responsabilidade fiscal em relação a despesa de pessoal e tem um superávit de 366 milhões. Portanto, Marchezan prega o caos, abandona a cidade, criminaliza e assedia servidores(as) para desmontar o serviço público e emplacar as privatizações, tendo como alvo por exemplo o DMAE e a Carris.

Dentro de sua estratégia de privatização, o executivo municipal joga para o Legislativo a responsabilidade de acabar com o plano de carreira dos(as) servidores(as). Este plano de carreira teve seu início na administração do prefeito João Dib, que é sempre lembrado por respeitar nossa cidade e o serviço público.

O projeto de lei(PL02) que tramita na Câmara em regime de urgência tem em seu conteúdo, reduzir gradativamente em torno de 50% dos salários dos ativos(as) e aposentados(as).

Fica nítido que o gestor de Porto Alegre quer que os(as) trabalhadores(as) paguem uma conta que não existe. Uma vergonha esta grande mentira!

Portanto o Legislativo municipal deve cumprir seu papel de mediador para garantir que a cidade de Porto Alegre tenha um serviço público digno e respeitado.

Não podemos esquecer que em 2020 teremos eleições municipais e tenho certeza que a capital dos gaúchos e gaúchas não vai esquecer quem é amigo(a) da cidade e defensor(a) da educação pública e de qualidade, da saúde, da segurança, da água pública, do transporte, e todas as políticas públicas que devem ser de qualidade e de acesso a todas e todos.

Também não esqueceremos dos vereadores(as) que são inimigos da cidade, estes ficarão marcados por estarem do lado errado da história.

Segunda – Feira, dia 25 de Março, inicia a votação. Estaremos em peso na Câmara Municipal, para defender nossos direitos que conquistamos com muito trabalho, dedicação e respeito por nossa cidade.

Vem defender nossa cidade!

O serviço público de Porto Alegre está sob ataque!

Nós estamos em sua defesa!

Lute como uma professora!

(*) Professora aposentada da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre.

§§§

As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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