Opinião
|
7 de janeiro de 2019
|
17:09

Da tomada à retirada de direitos, a deslegitimidade da população LGBT+ (por Luana Barbosa Machado)

Por
Sul 21
[email protected]
Da tomada à retirada de direitos, a deslegitimidade da população LGBT+ (por Luana Barbosa Machado)
Da tomada à retirada de direitos, a deslegitimidade da população LGBT+ (por Luana Barbosa Machado)
Foto: Guilherme Santos/Sul21

Luana Barbosa Machado (*)

Segundo levantamento anual realizado pelo Grupo Gay da Bahia, entre os meses de janeiro à outubro de 2018 foram registradas 347 mortes de LGBT+ no Brasil [1].

São 1,15 casos/dia, 34,7 casos/mês.

Os números oficiais que objetificam as mortes de LGBTs no Brasil estão submetidos aos registros policiais, os quais nem sempre seguem a regra de qualificação.

 Nem todos os registros de violência são notificados com a motivação de ação pautada na homofobia, figurando assim, uma problemática estrutural resultante de um machismo arraigado em nosso história.

Essa questão é apenas um dos muitos desdobramentos da falta de reconhecimento social dos LGBT+ nessa grande pátria  conhecida como Brasil.

Para o assombro de muitos, já era sabido do retrocesso chegado pelas mãos de um governo fascista. Mas a surpresa tão tenra da retirada da pauta LGBT das Diretrizes dos Direitos Humanos vem como mais um golpe fundo, sangrando sob as mãos de uma população que luta pelo direito de ser quem é.

Gênero e diversidade sexual vem sendo desmantelados sob opiniões severas, condenatórias. Estamos assistindo os nossos direitos sendo dissolvidos em pouco tempo, como um sopro, um espanto.

As Políticas Públicas e ações voltadas para a diminuição da incidência da violência motivada por homofobia estão à beira de um abismo, assim como os direitos das mulheres, dos índios, negros, trabalhadores e vulneráveis.

Estamos assistindo a ruína de nossas lutas, de anos a fio, de brados e lutos.

Precisamos estar atentos, devemos seguir nossas lutas, para mais uma vez garantir, diariamente o nosso lugar de fala e pertencimento.

[1] O Grupo Gay da Bahia fora fundado em 1980, sendo uma das Organizações da Sociedade Civil pioneiras sobre a temática LGBT no Brasil. Os relatórios realizados pelo GGB são construídos com base em informações noticiadas por meios de comunicação, tendo como apoio a sua própria rede de militância.

(*) Socióloga

§§§

As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora