Opinião
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29 de outubro de 2018
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01:20

A necessária resistência em período de avanço fascista (por Estevão Finger)

Por
Sul 21
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A necessária resistência em período de avanço fascista (por Estevão Finger)
A necessária resistência em período de avanço fascista (por Estevão Finger)
Foto: Joana Berwanger/Sul21

Estevão Finger (*)

Diante do resultado eleitoral – para a presidência da República – não nos restará outra ferramenta de luta a não ser a enorme resistência no próximo período, diante da escalonada fascista em nosso país.

Essa resistência, que sustentará nossa própria existência, só poderá concretizar-se com uma grande unidade, frente de esquerda com programas bem definidos e que seja perene. Essa frente, composta por partidos políticos com identificação de esquerda e democratas, movimentos populares e sociais diversos – como comunitários, de bairros, mulheres, LGBT+, negros, estudantes, universidades, MST, MTST, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, sindicatos, etc. O papel do sindicalismo será de tamanho enorme, haja vista todos esses retrocessos que estamos vivenciando, e deverão piorar. Será um refúgio aos(as) trabalhadores(as), um grande abrigo em defesa da classe trabalhadora. Portanto, não restará outro instrumento de insurgimento social, exceto a grande unidade de todos movimentos sociais.

Infelizmente, o Brasil terá um enorme retrocesso em termos de políticas públicas sociais, onde a classe trabalhadora continuará sendo duramente atingida. Por outro lado, pode-se afirmar, que diante do contexto de golpe de estado em 2016, diante de retrocessos como a reforma trabalhista, a tentativa de reforma da previdência, congelamento de gastos de políticas públicas (como saúde, educação e segurança), diante dos escândalos destas eleições em se tratando do suposto uso das fakenews impulsionadas por empresários ligados a Bolsonaro, o Partido dos Trabalhadores (PT) – somado com todos outros partidos democratas, movimentos diversificados em busca da democracia e contra qualquer forma de intolerância e violência – saiu fortalecido com praticamente 45% dos votos válidos (em torno de 47 milhões de pessoas). Essa fortaleza necessita ser (re)construída, e os alicerces precisam ser pavimentados de muita, mas muita, democracia.

Não há outra saída, é emergente a construção dessa frente de esquerda e democrática – não pensando somente nas próximas eleições – para combater (com cabeças erguidas e altivez) o período nebuloso e fascista que se aproxima. O amor vencerá o ódio, sempre, só depende de nós. Só a luta nos transforma e transforma a sociedade.

(*) Enfermeiro e militante do Partido dos Trabalhadores

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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