Opinião
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9 de julho de 2018
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17:45

Nesta eleição cada voto é uma lição (por Helenir Aguiar Schürer)

Por
Sul 21
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“Foi o desinteresse na política que nos levou à atual situação de penúria”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Helenir Aguiar Schürer (*)

Tenho andado e conversado com educadores de todo o Rio Grande do Sul. Em épocas de crise, crescem a rejeição à política, o desencanto com a democracia e a disseminação de falsas concepções sobre o processo eleitoral. Nossa categoria, símbolo de valentia e resistência, não está imune a este discurso fácil e enganador.

Em 2014, parte dos trabalhadores da educação ajudou a eleger um candidato sem propostas, que se apresentava como bom moço e sem partido. Um governador que prometeu abraçar o Rio Grande e vai entregar um estado sufocado pela má gestão, empobrecido pela falta de investimentos e paralisado pelo descaso com o funcionalismo.

Nestas eleições, veremos outros profissionais da política disfarçados de “gente que faz”, escondendo seus verdadeiros projetos com promessas vazias. Urge estudar de forma crítica as propostas de cada candidato(a) e o histórico do seu partido para evitar a repetição deste período dramático.

Há quem diga que não vota em partidos, mas em pessoas. É outro equívoco. O Brasil não tem candidatura avulsa e não é possível eleger pessoas isoladas da política partidária.

Ilustro com uma vivência recente: quando o governo propôs reduzir o teto das RPVs de 40 para dez salários mínimos, tentei convencer deputadas do PSDB e PP a votarem contra. Ambas afirmaram que gostariam de apoiar os professores, mas os partidos haviam “fechado questão”.  Quando isso ocorre, o parlamentar pode ser da sua família e, mesmo assim, votará contra você.

Também se engana quem planeja votar branco ou nulo para protestar contra “tudo que está aí”. Nas eleições, ficar em cima do muro é tomar posição. Uma péssima posição, pois o pleito ocorre independente da quantidade de votos válidos e a abstenção ajuda quem já tem os meios para garantir, ou comprar, apoio.

Foi o desinteresse na política que nos levou à atual situação de penúria, marcada por 29 meses de atraso salarial e ataques permanentes a direitos adquiridos. A quem optar pela imobilidade restará apenas a vergonha de não lutar por mudanças. Quem educa para a covardia não é educador, é algoz.

(*) Professora do Estado há mais de 30 anos e atual presidente do CPERS Sindicato.

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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