Opinião
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17 de junho de 2018
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12:20

Guerra social contra a democracia soberana (por María Alejandra Díaz)

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Sul 21
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Guerra social contra a democracia soberana (por María Alejandra Díaz)
Guerra social contra a democracia soberana (por María Alejandra Díaz)
Maria Alejandra Díaz. (Reprodução/Youtube)

 María Alejandra Díaz (*)

Forças terríveis, aplicando violência especializada travam a Terceira Guerra Mundial: ricos contra pobres, fazendo do mundo um inferno, espalhando a miséria e a ira generalizada. Astutamente invisibilizada, esta violência não deixa de se manifestar em pequenas guerras totais – guerras sociais segundo Joxe – onde massacram e torturam civis indefesos, eliminam, confiscam, diminuem e negam todo tipo de direitos, enquanto protegem os lucros dos poderosos do mundo: 60 pessoas possuem 55% dos recursos do planeta.

Todos aqueles políticos defensores dos interesses dos ricos, são inimigos dos trabalhadores, militantes do sistema neoliberal, pretendem esmagar a possibilidade dos homens a uma vida digna. Sua adaptação às novas tecnologias lhes permite aplicá-las seletivamente ao resto do planeta em forma de tecnocracia; expropriando-nos das mesmas, se apropriam da mais-valia cognitiva, produto do trabalho imaterial segundo Antonio Negri. Defraudadores de ofício que defendem a exploração dos trabalhadores convertidos hoje em dejetos, parasitas e párias prescindíveis, simples oblatos submetidos ao Estado de Exceção mundial permanente, suspendendo assim a democracia real.

Na Venezuela, centro da luta contra o hiperliberalismo, se apropriam dos subsídios e sonegam impostos evitando o reinvestimento social e concentrando a riqueza, canibalizando e rompendo o tecido social. Esta destruição hoje não encontra freio: o Estado-Nação atacado e diminuído, é empurrado a situações de guerra econômica interna, que acentua as disparidades de renda e a polarização entre ricos e pobres (A. Joxe).

Enfrentemos isso com: aprofundamento do modelo de Estado Social e de Justiça, democracia participativa, protagônica, real, soberana e decisória, frente à inocultável guerra de classes mundial que leva a cabo a corporatocracia suprimindo, criminalizando a pobreza, conquistando-nos, submetendo-nos, apaziguando-nos e domesticando-nos para nos explorar não só cognitiva, linguística e corporalmente, instalando em nós dispositivos que levam à autodestruição. Assumamos aquilo que foi dito por Joxe: “para o porvir das luzes, é de se desejar então que se volte a uma forma esclarecida da luta de classes em escala regional e global, sob modalidades cujas leis ainda não conhecemos, uma vez que, para que esta  desemboque em uma vitória da democracia, terá que se apoiar em pactos locais que se articulem de maneira inteligente com pactos globais que ponham em tela de juízo o lucro cego que conduz à entropia”.

(*) Advogada constitucionalista venezuelana, integrante da Assembleia Nacional Constituinte (ANC)

Tradução: Anisio Pires


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