Opinião
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15 de maio de 2018
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18:46

Viva a Palestina livre! (por Nelsinho Metalúrgico)

Por
Sul 21
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Viva a Palestina livre! (por Nelsinho Metalúrgico)
Viva a Palestina livre! (por Nelsinho Metalúrgico)
“Lembrar da Nakba é um imperativo humanitário e civilizatório”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Nelsinho Metalúrgico (*)

Neste 15 de maio completam-se 70 anos da Nakba, cujos efeitos seguem presentes na vida de milhões de famílias sob ocupação, colonização e apartheid, na diáspora ou em campos de refugiados. Em maio de 1948, o Estado de Israel expulsou 800 mil palestinos, avançando sua ocupação a quase 80% da Palestina. Nesse processo, mais de 15 mil foram mortos por uma limpeza étnica sionista. Outros dez mil, aprisionados.

O povo palestino viu-se obrigado a abandonar sua terra. Os que lá ficaram, e seus descendentes, ainda vivem sob um Estado de opressão continua. Atualmente, são cinco milhões de palestinos vivendo em campos de refugiados no mundo árabe, além de milhares na diáspora.

Lembrar da Nakba é um imperativo humanitário e civilizatório. O mundo não pode continuar a fechar os olhos às suas consequências. A expansão dos assentamentos ilegais e os ataques inspirados por ódio e extremismo religioso constituem sérios obstáculos a uma paz duradoura na região. A falta de uma solução pacífica é uma ameaça à paz e à segurança internacional.

Por meio da Frente Parlamentar de Solidariedade aos Migrantes e Refugiados da Assembleia Legislativa, realizamos ontem um belíssimo e emocionante seminário para registrar os 70 anos da Nakba, denunciar o sistemático genocídio de um povo e dar voz aos que lutam pelo direito a uma Palestina livre e soberana.

Muitas dessas famílias estão entre nós. O RS pode ser considerado um pedaço da Palestina. Somos o Estado com maior número de migrantes e refugiados dessa nação. Hoje, cerca de 50 mil palestinos vivem em solo gaúcho e contribuem significativamente para o desenvolvimento das localidades que os acolheram. Estão presentes em municípios como Canoas, Sapucaia do Sul, Uruguaiana, Santana do Livramento, Chuí, Santa Maria, Bagé, Cachoeirinha, Porto Alegre, Gravataí, entre outras localidades da nossa fronteira.

O Brasil é signatário dos tratados internacionais e tem o dever de prestar solidariedade à consolidação de um Estado Palestino soberano de fato e de direito, de forma a romper o círculo vicioso da violência. É essencial a coexistência pacífica entre Israel e Palestina como dois Estados soberanos. Esse é o desejo de todos que lutam e sonham por um mundo mais justo e digno. Viva a Palestina livre!

(*) Deputado estadual (PT-RS)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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