Opinião
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29 de maio de 2018
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13:42

Incoerência e oportunismo (por Claudir Nespolo)

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Incoerência e oportunismo (por Claudir Nespolo)
Incoerência e oportunismo (por Claudir Nespolo)
Claudir Nespolo, presidente da CUT/RS (Divulgação)

 Claudir Nespolo (*)

 Incoerência, segundo o dicionário, é ausência ou inexistência de coerência. É incongruência ou contradição. É característica de uma pessoa incoerente, que fala uma coisa e faz outra completamente diferente. No entanto, é tratada como virtude na obra “O Príncipe”, de Maquiavel, escrito no século XVI, mas ainda um livro de cabeceira de certos políticos.

Já oportunismo é a habilidade em aproveitar os fatos ou circunstâncias para obter algo. É a prática de conduta adotada por uma pessoa que, visando poder e vantagens, faz uso de métodos desleais e inescrupulosos, sacrificando princípios e valores.

Desde que foi empossado, o governador José Ivo Sartori vem pregando o caos no Estado. Arrochou e parcelou salários dos servidores, aplicou tarifaço no ICMS, aprovou a extinção de fundações e vendeu ações do Banrisul, dentre outras maldades.

Passou quase todo o mandato tentando aprovar uma PEC para acabar com a obrigatoriedade do plebiscito para a privatização da CEEE, Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Sulgás. Porém, diante da resistência dos funcionários e da oposição na Assembleia Legislativa, não conseguiu votos suficientes e a proposta sequer foi votada.

Agora, no apagar das luzes, Sartori deu um “cavalo de pau” e enviou requerimento aos deputados para que haja plebiscito sobre a venda das três empresas públicas e lucrativas junto com as eleições de outubro. De exterminador da consulta popular passou a ser ardoroso defensor.

O plebiscito é um valioso instrumento de democracia participativa. Foi conquistado após mobilização dos bancários para proteger o Banrisul como banco público, tendo sido estendido para outras estatais e aprovado por unanimidade, em 2002, inclusive com o voto de Sartori, que era deputado estadual. Não pode ser utilizado na lógica do mercado nem para desviar as atenções da população do balanço necessário de um governo medíocre, entreguista e submisso aos interesses privados.

(*) Presidente da CUT-RS

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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